Como a deusa Têmis inspira o debate sobre ética e responsabilidade política
Por Dennis Moraes
Recentemente, Santa Bárbara d’Oeste foi palco de um escândalo político que expôs a dinâmica pouco transparente de como certas questões são conduzidas na cidade. Durante seu pronunciamento, o vereador Rony Tavares citou pessoas em seu discurso, dando a entender uma suposta colaboração em questões relacionadas à saúde, incluindo a intervenção em exames de sangue. No entanto, o caso chamou a atenção devido à acusação de possível quebra do princípio da impessoalidade na administração pública, levantando dúvidas sobre a conduta dos envolvidos.
Graças ao trabalho dedicado da mídia, a situação ganhou destaque e foi levada ao Ministério Público. Contudo, o desfecho no MP trouxe frustração para muitos. O órgão declarou que não há evidências de que o vereador tenha prometido algo em troca de benefício, recebido favores ou conspirado com agentes públicos para violação do princípio da impessoalidade. A decisão pelo arquivamento não foi suficiente para dissipar as suspeitas e questionamentos da população.
O episódio nos leva a uma reflexão mais ampla sobre a justiça e seus simbolismos, especialmente através da figura de Têmis, a deusa da mitologia grega que encarna os valores da equidade e da imparcialidade. Têmis, frequentemente representada com uma venda nos olhos, uma balança e uma espada, nos ensina que a justiça deve ser cega, ou seja, livre de preconceitos ou influências pessoais. Sua balança simboliza a ponderação dos fatos, e a espada, a capacidade de agir de forma decisiva e justa.

Infelizmente, na prática, a justiça nem sempre segue o ideal representado por Têmis. Muitas vezes, a venda que simboliza a imparcialidade parece ser confundida com cegueira seletiva diante de comportamentos duvidosos de certos agentes públicos. A verdade é que vivemos em um sistema onde as falhas humanas, aliadas às dinâmicas políticas, frequentemente subvertem o princípio da equidade.
A decepção é agravada quando confiamos em pessoas que, ao contrário do que pregam, optam por atitudes mesquinhas, movidas por interesses pessoais. Mesmo assim, é fundamental mantermos nossa esperança e dedicação aos princípios de ética, transparência e honestidade. Seguimos a vida buscando ser éticos, transparentes e honestos, diferentemente de muitos políticos e pessoas que se dizem justas.
O caso em Santa Bárbara d’Oeste nos lembra da importância de cobrarmos dos nossos representantes um comportamento alinhado aos valores de Têmis. Precisamos de políticos que não apenas respeitem as regras, mas também inspirem confiança por meio de suas ações. Afinal, a verdadeira justiça não está apenas em seguir o rito, mas em garantir que ela seja justa para todos.
Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e Diretor de Jornalismo do SB24Horas. Acesse: dennismoraes.com.br
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