Na manhã desta quarta-feira, 12 de novembro de 2025, Santa Bárbara d’Oeste reforçou uma de suas principais estratégias de segurança comunitária com uma ação de ampliação do programa Vizinhança Solidária no Centro da cidade. Entre 10h e 14h, comerciantes se reuniram na Rua Quinze de Novembro, 463, para receber novas placas de identificação, simbolizando a integração ao projeto que conecta a população às forças de segurança por meio de monitoramento compartilhado e comunicação direta via grupos organizados.
Com a presença de representantes da Polícia Militar, Guarda Civil Municipal, Prefeitura, Câmara Municipal e do CONSEG (Conselho Comunitário de Segurança), a iniciativa evidenciou o fortalecimento de uma política pública baseada na filosofia de polícia comunitária, que aproxima moradores, comerciantes e autoridades, estimulando a prevenção e a resposta rápida a situações suspeitas no comércio local. Esse modelo, já consolidado em grandes centros urbanos, vem ganhando espaço em cidades do interior, e Santa Bárbara d’Oeste aparece na região como referência de eficiência e engajamento social.
A ação desta quarta-feira marcou mais um avanço do trabalho iniciado há pouco mais de dois anos, quando um grupo de comerciantes decidiu formalizar uma rede de vigilância compartilhada com apoio da Polícia Militar. O empresário João Ricardo, tutor do grupo no Centro, relembrou o início: o programa foi implantado em 14 de junho de 2023 com apenas 32 lojistas. Hoje, são 170 comerciantes conectados diariamente, trocando informações sobre movimentações suspeitas, possíveis golpes, circulação de pessoas com histórico de estelionato no comércio e registros de furto ou ameaça. Para ele, os resultados são evidentes.
Segundo João Ricardo, a dinâmica do grupo permite identificar comportamentos suspeitos com mais rapidez e precisão. “Ao acompanhar o dia a dia do comércio, o empresário passa a conhecer quem já tentou cometer delitos, quem costuma circular com intenção duvidosa, quem passa nota falsa ou ameaça lojistas. Quando há suspeita, aciona-se o 190 e se comunica o grupo. Todos passam a estar informados e a Polícia Militar, que acompanha o grupo, orienta e, quando necessário, envia viatura. Não é apenas um grupo de WhatsApp — é um canal direto com as forças de segurança e com o CONSEG. Isso cria um ambiente de proteção real e constante.”
A participação ativa dos comerciantes tem sido fundamental para esse avanço, reforçou o policial militar Sérgio Arruda, responsável técnico pelo programa no município. Em sua avaliação, a iniciativa demonstra que a segurança pública não se limita ao patrulhamento ostensivo, mas depende, cada vez mais, da integração com a comunidade. “É um trabalho preventivo que salva o comércio. Quando alguém estranho circula repetidamente, quando um veículo passa várias vezes devagar, ou quando uma pessoa entra e observa mais do que compra, a informação compartilhada gera reação rápida. A comunidade observa, comunica, e isso reduz a oportunidade para o crime. A sensação de segurança melhora e os resultados aparecem.”
Representando o Executivo municipal, o vice-prefeito Felipe Sanches destacou que o Vizinhança Solidária se soma a um ciclo recente de investimentos estruturais em segurança pública na cidade, incluindo contratações históricas de guardas civis municipais, renovação de frota, aquisição de novos equipamentos e fortalecimento tecnológico das forças policiais. “Estruturamos nossas equipes, modernizamos nossa capacidade operacional, mas a segurança só se completa com a participação da sociedade. Informação e colaboração são fundamentais. Esse programa mostra o que acontece quando o cidadão se torna parte ativa das soluções.”

O vereador Cabo Dorigon (Podemos), autor da lei municipal que regulamenta o programa em Santa Bárbara d’Oeste, destacou que a formalização do projeto permitiu seu crescimento ético e controlado, evitando que grupos informais se transformassem em redes de circulação indiscriminada de informações. “A base deste programa nasceu dentro da Polícia Militar, e a legislação deu segurança para que ele fosse estruturado com responsabilidade. O Centro serve hoje como referência e nossa expectativa é que o modelo se expanda para mais bairros com a mesma organização e eficiência.”
O presidente do CONSEG, Valmir Hedlund, aproveitou a presença dos comerciantes para reforçar a necessidade de registrar boletins de ocorrência sempre que houver crime ou tentativa. Para ele, essa etapa muitas vezes negligenciada pela população tem impacto direto no planejamento operacional das forças policiais. “Sem o boletim de ocorrência, o fato não entra na estatística e a polícia não consegue identificar áreas de maior demanda. Reclamar no grupo sem formalizar não resolve. Segurança é dever do Estado, mas responsabilidade compartilhada com cada cidadão.”
Também presente, o vice-presidente do CONSEG, Francisco Costa, ressaltou que a segurança ativa contribui não apenas para a redução de crimes, mas para a vitalidade econômica do Centro. Em sua avaliação, comerciantes que se cuidam em conjunto criam um ambiente mais acolhedor, preparado e atrativo para consumidores e investidores, fortalecendo todo o ecossistema econômico central da cidade.
A ação desta quarta-feira encerrou-se com a entrega das placas aos comerciantes, que agora exibem nos estabelecimentos o símbolo da Vizinhança Solidária, reforçando ao público — e a potenciais infratores — que a área é monitorada coletivamente e integrada às forças policiais. O projeto seguirá expandindo e já há solicitações de novos grupos em bairros de Santa Bárbara d’Oeste, acompanhando o movimento de crescimento do modelo em todo o Estado.
No Centro, a iniciativa avança com a convicção de que a união entre comércio, comunidade e instituições públicas representa um dos caminhos mais sólidos para construir uma cidade mais segura, participativa e conectada à realidade do seu povo.




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