A série mergulha na rotina de criminosos que viraram manchete e agora dividem o mesmo espaço entre alianças, sabotagens e estratégias de manipulação
A série Tremembé, produção do Prime Video, direciona o olhar para um dos presídios mais conhecidos do país e seus moradores famosos: pessoas que cometeram crimes com forte repercussão e agora compartilham o mesmo espaço entre alianças, sabotagens e estratégias de manipulação. Ao expor o cotidiano desses detentos, a produção reacende um debate sensível sobre até que ponto a representação de criminosos na tela se aproxima de uma romantização do crime ou de um exercício necessário de humanização.
O especialista em comunicação intencional e oratória Cristian Magalhães, que também é advogado e mediador de conflitos judiciais pelo TJMG, analisa que a série ultrapassa o campo do sensacionalismo e propõe uma discussão mais profunda sobre o poder da linguagem. Com atuação em instituições carcerárias e pesquisas de campo na APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), ele pontua que dentro do cárcere, a fala assume outro significado. “Dentro de uma penitenciária, a comunicação persuasiva deixa de ser apenas uma habilidade e se torna uma questão de sobrevivência. Manipular, convencer e negociar são estratégias de quem precisa se proteger, garantir influência e manter algum controle sobre um ambiente de vulnerabilidade constante”, explica.
Em Tremembé, a convivência entre criminosos de alta periculosidade revela que cada gesto, palavra ou silêncio carrega intenção e cálculo. Para Magalhães, compreender essa dinâmica é essencial para não confundir empatia com indulgência. “O poder da fala pode tanto reconstruir quanto destruir. A série mostra que, mesmo em meio à violência e ao isolamento, o ser humano continua tentando convencer, conquistar espaço e é nesse jogo de persuasão que se revelam as camadas mais complexas da natureza humana”, analisa.
Mais do que retratar crimes ou criminosos, Tremembé propõe uma reflexão sobre culpa e recomeço. O incômodo causado por suas narrativas não é gratuito, ele revela uma sociedade cansada da situação de permanente insegurança, mas também o quanto ainda é preciso compreender sobre a condição humana e sobre a comunicação moldando comportamentos. “Tem uma frase que eu utilizo muito e que é real, que é ‘Somos todos maiores que os nossos erros’, e quando eu digo isso, não estou querendo passar pano ou aliviar a barra. Estou falando sobre responsabilidade e sobre a capacidade de transformação que existe em cada um, permanecer no erro é uma escolha, mas quando a sociedade reconhece e abre espaço para reconstruir, é aí que a mudança acontece”, diz o especialista.
A mensagem de Cristian não nasceu em Tremembé, ela ecoa da palestra que ele apresentou no TEDx, onde transformou sua vivência dentro do sistema prisional em reflexão sobre comunicação e perdão. O mesmo conceito que emocionou plateias no palco, agora se reflete nas discussões que a série provoca diante da tela.
A série também provoca o público a refletir sobre a sociedade fora dos muros. “Todos nós, em maior ou menor grau, usamos a persuasão nas relações cotidianas, seja em casa com a família, no trabalho, na igreja ou na política. O que a série faz é nos lembrar que o discurso, quando usado de forma estratégica, é também uma ferramenta de poder e de defesa. Entre as grades ou fora delas, quem domina a palavra, domina o próprio destino”, conclui Magalhães.
Sobre o especialista: Cristian Magalhães é especialista em comunicação intencional e um dos nomes mais requisitados do país em oratória, influência e percepção de valor. Formado em Direito pela Universidade Federal de Lavras, possui especialização em mediação de conflitos judiciais, tendo atuado diretamente na causa dos direitos humanos por meio da APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) levando conhecimento sobre comunicação não violenta, relações familiares e preparação para entrevistas de emprego para pessoas privadas de liberdade.
Por esse trabalho, foi reconhecido pela Jethro com o título de Diplomata Civil Humanitário. A Jethro está sediada em Lisboa, possui atuação legitimada por legislação internacional e reconhece a contribuição de Cristian à mediação social e à valorização do diálogo entre pessoas, governos e instituições.
Cristian já realizou mais de mil palestras corporativas em empresas como Sympla, Rock Content, OAB, Sebrae e o programa Shark Tank, e treinou mais de 4 mil pessoas, atuando também como preparador de comunicação de nomes como Pablo Marçal, Caio Coppolla, Carol Paiffer e Victor Sorrentino. Palestrante em 2 edições do TEDx, também é criador do maior perfil de comunicação intencional do país, com mais de 100 mil seguidores, e possui 8 milhões de visualizações em vídeos. @cristianmagalhaes




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