Na quinta-feira (9), o presidente da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste, vereador Júlio César Kifú (PL), recebeu o presidente da Câmara de Americana, vereador Léo da Padaria (PL), para um encontro que, oficialmente, teve como pauta a integração regional e o fortalecimento da cooperação entre os Legislativos das duas cidades.
A reunião, realizada na sede do Legislativo barbarense, foi divulgada como um movimento de articulação política dentro do Parlamento Metropolitano da Região Metropolitana de Campinas (RMC), com ênfase no diálogo entre os municípios e na criação de uma Comissão da Igualdade Racial e Combate ao Racismo no âmbito metropolitano.
Na teoria, a proposta soa relevante: fortalecer o trabalho conjunto entre os Legislativos, tratar de pautas comuns e discutir soluções para áreas de divisa entre Santa Bárbara e Americana, onde problemas como coleta de lixo, manutenção viária e iluminação pública exigem ação coordenada.
Durante o encontro, Kifú chegou a destacar a necessidade de uma articulação mais próxima entre prefeitos e vereadores das duas cidades para garantir eficiência na prestação de serviços públicos e melhor aplicação de recursos.
“Hoje temos muitas regiões onde uma rua ou até casas ficam em dois municípios, o que dificulta a busca por serviços de manutenção. Além de buscar informações, pretendo levar essa discussão aos prefeitos para avaliar possíveis soluções e providências para esses casos”, afirmou o presidente barbarense.
Apesar do discurso alinhado e do tom institucional, a reunião ainda carece de resultados práticos. Nenhuma pauta concreta foi definida, tampouco um cronograma de ações conjuntas foi anunciado. Até o momento, o encontro parece ter servido mais para reafirmar boas intenções políticas do que para anunciar medidas efetivas de integração.
O próprio termo “cooperação regional” tem sido recorrente em encontros políticos desse tipo — e, muitas vezes, acaba se resumindo a gestos protocolares e trocas de gentilezas. Para que essa aproximação entre as Câmaras realmente gere impacto, será necessário sair do discurso e partir para ações concretas, com a criação de grupos de trabalho, audiências públicas conjuntas e resultados mensuráveis para a população.
A iniciativa, embora válida, desperta o questionamento: trata-se de um movimento real de cooperação metropolitana ou apenas mais uma reunião de bastidores políticos, regada a café e promessas vagas?
O desafio agora é transformar a retórica da “integração” em prática efetiva, especialmente em temas que realmente afetam o cidadão barbarense e americanense — como transporte público, infraestrutura, segurança e meio ambiente.
Sem ações concretas, encontros como esse correm o risco de cair na velha rotina da política municipal: muitas fotos, muitas falas e poucos resultados.
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