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Piovezan, a ADIN e o destino do União Barbarense

Foto Aérea: SB24Horas

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O prefeito promete levar o caso à Justiça, mas precisa assumir sua responsabilidade em negociar com os novos donos do estádio.

 

Por Dennis Moraes

 

A derrubada do veto ao Projeto de Lei 43/2025 pela Câmara de Santa Bárbara d’Oeste deu fôlego à paixão do torcedor unionista, mas a verdade é que o caminho jurídico aponta para uma batalha complexa — e, possivelmente, perdida no campo legal. O prefeito Rafael Piovezan deve anunciar em breve que ingressará com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) contra a lei que declara o estádio Antônio Lins Ribeiro Guimarães como patrimônio histórico, cultural e esportivo do município.

O problema é direto: houve leilão, houve arrematação. Embora o processo ainda esteja sendo questionado por advogados ligados ao clube, o fato é que o estádio caminha para deixar de vez as mãos da União e da cidade, passando ao grupo de empresários que o adquiriu dentro da legalidade, após anos de má gestão e dívidas trabalhistas acumuladas. É duro admitir, mas o projeto de lei nasceu tarde demais, quando a corda já havia arrebentado. Nesse cenário, dificilmente a Justiça vai anular um ato legítimo apenas para atender à emoção da arquibancada.

Por mais que doa admitir, o torcedor barbarense precisa olhar para frente. A grande questão agora não é mais discutir se o estádio é patrimônio ou não — e sim o que os novos proprietários vão fazer com aquele espaço. O destino do União Agrícola Barbarense está diretamente ligado à decisão desses empresários. Se houver diálogo, se houver interesse, talvez seja possível manter viva a tradição do Leão da 13 dentro de seu campo histórico.

Aqui está a diferença: não adianta Rafael Piovezan apenas alegar inconstitucionalidade e cruzar os braços. O prefeito, que insiste em defender sua tese jurídica, precisa mostrar que também tem compromisso político e moral com o clube. Se ele é realmente a favor da União, que lidere as conversas com os empresários e coloque a sobrevivência do time acima de disputas de poder. Caso contrário, ficará marcado como o gestor que deixou o Leão ser engolido pelo dinheiro.

Sem estádio, um clube perde sua identidade. O exemplo de Barueri está aí: um time sem casa acaba sem torcida e sem cidade. Santa Bárbara não pode correr esse risco. O alerta está dado — ou se age com inteligência e diálogo agora, ou a história da União vira apenas saudade nas páginas do passado.

Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e Diretor de Jornalismo do SB24Horas. Acesse: dennismoraes.com.br

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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