O prefeito Rafael Piovezan vetou integralmente o Projeto de Lei nº 43/2025, que buscava transformar o Estádio Antônio Lins Ribeiro Guimarães, a conhecida “Toca do Leão”, em patrimônio histórico, cultural e esportivo de Santa Bárbara d’Oeste. O veto já foi enviado à Câmara Municipal, que terá a palavra final: manter a decisão do Executivo ou derrubar o veto em plenário.
Argumentos jurídicos e desgaste político
Em entrevista à Rádio Santa Bárbara FM, Piovesan justificou que a proposta não respeitou a tramitação necessária, já que não passou pelo CODEPASBO (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural), órgão responsável pela análise técnica de tombamentos. Ele também lembrou que o estádio carrega um histórico jurídico complexo, marcado por processos de penhora e leilão, e que um reconhecimento como patrimônio, neste momento, poderia gerar risco de fraude processual.
Apesar da justificativa, o veto caiu como uma ducha fria para quem esperava um gesto simbólico de valorização da história do futebol barbarense. O prefeito também não poupou críticas à forma como o tema foi conduzido por vereadores, afirmando que o estádio teria sido usado como palco eleitoral em campanhas políticas recentes.
O peso da “Toca do Leão”
Mais do que um espaço esportivo, o estádio da União Barbarense é lembrado como parte do coração cultural da cidade. A equipe já viveu momentos de destaque no cenário paulista e marcou gerações de torcedores. Hoje, no entanto, o espaço simboliza tanto a memória afetiva dos barbarenses quanto as dificuldades financeiras e jurídicas enfrentadas pelo clube.
O veto de Piovezan, portanto, abre não apenas um embate jurídico, mas também um debate sobre identidade e memória coletiva: até que ponto o poder público deve intervir na preservação de símbolos que carregam história, mas que também acumulam problemas legais e estruturais?
Agora, os vereadores terão de decidir se seguem a linha técnica defendida pelo prefeito ou se derrubam o veto para marcar posição política junto à população. Nos bastidores, a discussão promete ser acalorada.
Enquanto isso, a “Toca do Leão” segue sem definição clara sobre seu futuro: um estádio que já foi palco de glórias, mas que hoje simboliza um impasse entre a memória e a burocracia.
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