Dados do IBGE revelam expansão do uso de celulares no Brasil, impulsionada pela conectividade móvel, pela praticidade dos smartphones e pela redução das desigualdades regionais
O acesso ao telefone celular segue em trajetória de crescimento no Brasil e atinge atualmente 88,9% da população com 10 anos ou mais, segundo dados da PNAD Contínua – TIC 2024, divulgada pelo IBGE. Isso representa 167,5 milhões de pessoas usando aparelhos móveis para fins pessoais em todo o país.
Nas áreas urbanas, o índice é ainda maior (90,5%), mas chama a atenção o avanço nas zonas rurais, em que o percentual saltou de 54,6% em 2016 para 77,2% em 2024. A tendência de inclusão digital no campo acompanha o aumento do acesso à internet, que também apresenta um avanço expressivo entre os moradores rurais: 96% dos usuários de celular nessas regiões afirmaram acessar a rede pelo dispositivo, contra 94,3% no ano anterior.
Praticidade, conectividade e funções impulsionam o uso
Com a proliferação de aplicativos, é possível resolver quase tudo por meio do celular: desde transferências bancárias, compras online e consultas médicas até a comunicação instantânea com familiares, colegas e serviços públicos. Modelos recentes, como o Samsung Galaxy S24, por exemplo, contribuem para essa mudança de hábito ao possibilitar o uso fluido de diversos aplicativos em um único aparelho.
Com desempenho avançado e compatibilidade com os principais serviços digitais – redes sociais, lojas virtuais, bancos e ferramentas de mensagens –, os smartphones tornaram-se quase indispensáveis no cotidiano, inclusive para quem vive longe dos grandes centros urbanos. Além disso, o celular é hoje o principal meio de acesso à internet entre os brasileiros.
Em 2024, 97,5% das pessoas com celular afirmaram utilizar o aparelho para navegar na rede, reforçando sua posição como ferramenta central na vida digital da população. Até o uso da televisão como ponto de acesso à internet cresceu nos últimos anos, mas permanece abaixo do celular em termos de frequência e abrangência.
Desigualdades vêm diminuindo
Apesar dos avanços, algumas disparidades ainda chamam a atenção. As regiões Norte (83,7%) e Nordeste (84%) apresentam os menores percentuais de posse de celular, embora também tenham mostrado crescimento. A diferença entre estudantes da rede pública e privada também é expressiva: enquanto 94,2% dos alunos da rede particular possuem celular, o índice é de 73,7% na rede pública.
No ensino fundamental da rede pública, o número cai ainda mais: apenas 60,1% dos estudantes têm celular. Entre os idosos, embora o percentual de uso tenha crescido (78,1% em 2024, contra 66,6% em 2019), o desconhecimento sobre como usar o aparelho ainda é um obstáculo relevante. Mais da metade dos idosos que não possuem celular alegam não saber operá-lo.
Entre os jovens de 10 a 13 anos, a preocupação com privacidade e segurança é o principal motivo para não ter o aparelho. Ainda assim, o dado mais relevante da pesquisa é o movimento constante de inclusão digital. O percentual de brasileiros que não possuem celular caiu de 18,6% em 2019 para 11,1% em 2024.
A popularização de aparelhos multifuncionais e o aumento da cobertura de internet móvel, inclusive em áreas remotas, contribuem para a redução. A queda no preço de dispositivos e serviços também tem papel relevante neste processo, embora ainda não elimine por completo as barreiras econômicas e educacionais.
Crescimento indica mudanças estruturais no comportamento digital
O celular deixou de ser somente um meio de comunicação para se tornar uma ferramenta central de interação social, consumo, trabalho e aprendizado. A ampliação do acesso, especialmente nas regiões mais afastadas e entre grupos historicamente excluídos, aponta para um futuro em que o digital será mais democrático – ainda que desafios estruturais, como desigualdade de renda e acesso à educação digital, permaneçam no horizonte.
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