A sessão da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste realizada nesta terça-feira (29) registrou mais um episódio de crise política interna e desgaste institucional. O vereador Celso Ávila (PV) usou a tribuna para fazer um duro desabafo contra o vereador Cabo Dorigon (PL), que se ausentou no momento da votação de uma emenda considerada fundamental para garantir mais transparência no projeto de adesão ao CISMETRO.
A ausência de Dorigon foi decisiva: a votação terminou empatada, e o presidente da Câmara, Kifu (PL) — conhecido por sua submissão política ao prefeito Rafael Piovezan (PL) — usou o voto de minerva para rejeitar a emenda.
“O que aconteceu hoje aqui foi trairagem. Convidaram a vereadora Esther para entrar no barco e, na hora da tempestade, pularam fora. Ele sumiu, tomou Duril. Foi falsidade com ela, nota de três reais”, declarou Celso Ávila.
A emenda, de autoria conjunta entre Esther Moraes (PL) e Cabo Dorigon, buscava garantir mecanismos de fiscalização no contrato com o Consórcio Intermunicipal de Saúde. O texto previa ajustes para dar mais clareza na destinação de recursos e prestação de contas por parte do consórcio — que já tem sido alvo de críticas e denúncias em outras cidades da região.
A proposta ganhou apoio da oposição e de parte da bancada independente, mas, com a ausência inesperada de Dorigon, não houve maioria. O voto de minerva do presidente Kifu — alinhado ao Executivo — selou a derrota.
Para Celso Ávila, o episódio não foi apenas uma manobra política, mas uma traição clara a um compromisso assumido publicamente. O vereador relembrou que a emenda havia sido discutida em reunião de pauta, construída com base técnica e jurídica pela vereadora Esther, que também é advogada.
“A vereadora mais votada da cidade foi descredibilizada. Deram risada da coragem dela. Um colega que diz estar ao lado, mas na primeira ligação da Prefeitura pula fora. Isso é vergonhoso. Isso é uma aberração”, afirmou Ávila.
Ele ainda classificou a sessão como “uma página triste do livro político de Santa Bárbara d’Oeste” e criticou a condução da presidência da Casa, afirmando que a Câmara se tornou motivo de chacota e perdeu sua autonomia diante do Executivo.
Ao fim do discurso, Celso Ávila prestou solidariedade à colega de plenário:
“Esther, você tem mais de 3 mil votos. É um mandato popular, construído com coragem. Não está agarrada em prefeito nenhum. Você foi traída aqui hoje. Reavalie quem realmente está ao seu lado. Isso precisa ser dito e não pode se repetir.”
A ausência de Dorigon gerou revolta não só entre parlamentares, mas também entre os presentes à sessão — que acompanharam uma votação marcada por articulações obscuras, silêncios oportunistas e uma nova derrota para a transparência.
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