O clima pesou no Legislativo barbarense. Após a revelação de descontos em duplicidade do Imposto de Renda nos salários dos professores da rede municipal, os vereadores de Santa Bárbara d’Oeste decidiram agir com firmeza. Foram protocolados, na última semana, dois requerimentos oficiais que convocam as secretárias municipais de Administração e Fazenda para prestarem esclarecimentos urgentes à Câmara.
O episódio, que resultou na mobilização da categoria e no anúncio de estado de greve, expôs uma falha grave na gestão da folha de pagamento da Prefeitura — falha essa que não passou despercebida pelo Legislativo, que agora exige respostas e providências imediatas.
O Requerimento nº 422/2025 convoca a secretária de Administração, Roberta Semmler Laudissi, responsável direta pela gestão de pessoal e processamento da folha de pagamento. Os parlamentares cobram explicações técnicas e administrativas sobre como o erro ocorreu, quais foram os mecanismos de controle falhos e, principalmente, qual o plano para reparação do dano aos professores prejudicados.
Já o Requerimento nº 423/2025, apresentado pelo vereador Arnaldo Alves com o apoio de Carlos Fontes, Celso Ávila, Felipe Corá, Isac Sorrillo, Paulo Monaro e Wilson da Engenharia, convoca a secretária da Fazenda, Paula Fernanda Marchesin de Mori, para esclarecer os impactos fiscais da falha e as medidas tomadas para impedir que o problema se repita. A pasta é a responsável pelo recolhimento e contabilização dos tributos — o que torna sua atuação central neste processo.
Segundo os autores dos requerimentos, o caso pode representar violação aos princípios da legalidade, moralidade e segurança jurídica, colocando em xeque a responsabilidade na administração dos recursos públicos e o respeito com o funcionalismo municipal.
“Não se trata apenas de um erro contábil. Trata-se de vida real, de professores que se dedicam à formação da nossa cidade e que, de repente, recebem seus salários com descontos duplicados. Isso é inadmissível”, comentou um dos parlamentares, durante justificativa no plenário.
As convocações seguem os trâmites legais da Lei Orgânica do Município e do Regimento Interno da Câmara, e as secretárias deverão comparecer dentro dos prazos regimentais. A expectativa é que tragam documentos, relatórios e respostas claras que ajudem a identificar responsabilidades, corrigir o erro e evitar reincidências.
A Câmara também aponta que falhas desse tipo podem comprometer a prestação de contas do Executivo ao Tribunal de Contas do Estado, além de gerar responsabilidades administrativas, civis e até penais.
O momento exige mais que discursos: exige atitude, transparência e respeito aos profissionais da educação, que já enfrentam inúmeros desafios em sala de aula — e não deveriam ter que enfrentar mais um fora dela, vindo justamente de quem deveria zelar por seus direitos.
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