Esposa relata desespero ao procurar ajuda para o marido na UBS do Mollon e se depara com ausência de médicos e falta de encaminhamento para o pronto-socorro municipal.
Uma moradora do bairro Mollon viveu momentos de desespero ao tentar atendimento médico para o marido na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro. Em um relato emocionado enviado ao SB24Horas, ela descreveu o cenário preocupante da saúde pública barbarense, que, segundo ela, está “precária demais”.
De acordo com a denúncia, o esposo apresentou um quadro súbito em que não conseguia engolir nem mesmo água, o que motivou a busca imediata por atendimento na UBS do Mollon. Ao chegar ao local, foi informada que não havia médico disponível para urgência ou emergência.
“É inadmissível um postinho estar funcionando sem médico. Me disseram que só o doutor Antônio estava atendendo e que estava sobrecarregado. Mas e as outras pessoas que precisam de ajuda urgente? Tinha que ter outro profissional à disposição”, contou.
Sem alternativa na unidade, a moradora foi orientada pelas funcionárias a levar o marido ao pronto-socorro municipal. No entanto, ela ainda não realizou a condução por receio de um atendimento inadequado, já que, segundo seu relato, o histórico não é positivo. “Lá eles só dão um comprimidinho e mandam embora. Me disseram hoje que ele só vai piorar se for para lá, porque vai ficar nervoso e a pressão pode subir. E o pronto-socorro não encaminha para especialistas, nem pode prescrever calmantes ou medicamentos específicos.”
Para a moradora, apenas a médica da UBS tem autoridade para realizar o encaminhamento correto, mas sem médico presente na unidade, isso se torna impossível. “Como a gente faz? Não tem médico, não tem quem nos direcione para o profissional certo. É um ciclo de descaso.”
Mesmo comovida e revoltada, ela fez questão de isentar os funcionários da UBS e do pronto-socorro. “Eles não têm culpa. Eu estava nervosa, chorei, discuti, mas entendo que estão apenas cumprindo ordens. Quem tem que tomar providências é o município. Faltou médico? Substitui. Em qualquer empresa é assim. Por que na saúde pública não?”
A denunciante também relembrou sua própria batalha contra o câncer de mama, quando enfrentou o sistema com paciência. “Mas ver um familiar doente, implorando por socorro, é insuportável. Eu nunca fui de discutir com ninguém, mas hoje saí do controle. É angustiante ver alguém que você ama sofrendo e não conseguir ajuda.”
O caso expõe mais uma vez os desafios enfrentados por moradores que dependem do SUS em Santa Bárbara d’Oeste, sobretudo em situações que requerem agilidade, estrutura e profissionais disponíveis para atendimento básico e encaminhamentos médicos.
A equipe do SB24Horas entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde e aguarda um posicionamento oficial sobre a situação da UBS do Mollon.
Enquanto isso, a moradora segue buscando alternativas para garantir atendimento digno ao marido, na esperança de que seu relato possa alertar as autoridades e provocar mudanças. “A gente não vai ao postinho por lazer. Vai porque está desesperado. E o sofrimento do outro precisa ser acolhido com humanidade.”
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