Reajuste exorbitante da Nova Via expõe a falta de gestão e planejamento público
Em um momento de grande pressão econômica sobre a população de Santa Bárbara d’Oeste, a proposta da Nova Via, concessionária de transporte coletivo, de reajustar a tarifa de R$ 4,85 para impressionantes R$ 10,75 tem gerado revolta e indignação. Desde 2021, a passagem manteve-se congelada, mas a justificativa para esse aumento exorbitante levanta questionamentos: por que a empresa demorou tão tempo para apontar um suposto desequilíbrio financeiro? E por que o Executivo municipal permanece em silêncio diante de uma situação que impactará diretamente milhares de cidadãos?
De acordo com a Nova Via, o valor atual da passagem não é suficiente para manter as operações. A empresa alega que os custos operacionais aumentaram drasticamente, impulsionados por fatores como inflação, alta nos combustíveis e manutenção da frota. Contudo, o salto para R$ 10,75 representa um aumento de mais de 120%, algo que não condiz com a capacidade financeira da maioria dos barbarenses.
Em uma cidade onde o transporte coletivo é essencial para trabalhadores, estudantes e idosos, o impacto de uma tarifa desse porte será devastador. O aumento pode desencadear um efeito dominó, levando à queda na demanda, maior uso de transporte irregular e, em última instância, a exclusão de parte da população do acesso ao serviço.
Em meio à crise, o que mais chama atenção é a inércia da Prefeitura Municipal. Até o momento, não houve qualquer manifestação oficial por parte do Executivo, que tem o poder e a responsabilidade de intervir nessa questão. O silêncio gera dúvidas sobre a postura da administração e sua capacidade de proteger os interesses dos munícipes.
Por outro lado, a Câmara Municipal, limitada em seu poder de decisão sobre a política tarifária, também parece impotente frente à situação. Apesar de alguns vereadores se manifestarem contra o aumento, a falta de autonomia para interferir no contrato com a Nova Via reduz sua ação a simples protestos.
A ausência de um posicionamento claro por parte da Prefeitura cria um cenário de insegurança para a população, que sente-se abandonada diante de um sistema que parece favorecer apenas a concessionária. Questões fundamentais permanecem sem resposta: a Nova Via apresentou toda a transparência necessária sobre seus custos? Por que não se discutem alternativas, como subsídios municipais ou estaduais, para minimizar o impacto do aumento?
O transporte coletivo deve ser uma prioridade para qualquer administração comprometida com a qualidade de vida e o desenvolvimento urbano. Ignorar a gravidade dessa situação pode custar caro, não apenas para os passageiros, mas também para a reputação de quem deveria estar à frente na defesa dos cidadãos.
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