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Fraudes em grandes empresas ocorrem por falta de respostas às ameaças

Foto: Freepik

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Pesquisa mostra que 63% das empresas identificaram, pelo menos, uma fraude nos últimos 12 meses.

 

Nas empresas de médio e grande porte do Brasil, 80% das fraudes estão relacionadas a falhas ou ausência de mecanismos de resposta às ameaças. Os dados são da pesquisa realizada pela Grant Thornton Brasil, entre maio e agosto deste ano, e revelam que 63% dos respondentes identificaram uma ou mais fraudes nos últimos 12 meses. 

Já nas empresas de pequeno porte, a falta ou a deficiência de controles corresponde a 85% das fraudes. Em 69% dos casos, a organização não consegue reunir subsídios para justificar uma demissão por justa causa, precisando arcar com os custos diretos da fraude e as despesas rescisórias a benefício dos responsáveis pelas irregularidades.

Identificar fraudes no ambiente corporativo pode ser desafiador, especialmente diante da sofisticação das técnicas utilizadas pelos fraudadores para camuflar suas ações. Muitas vezes, as práticas ilícitas envolvem profissionais em posições de confiança, que têm acesso privilegiado a informações sensíveis e sistemas. 

A proximidade com os processos internos permite que as irregularidades sejam cuidadosamente ocultadas, dificultando a identificação por parte das empresas. Além disso, a complexidade das operações empresariais e a falta de sistemas de monitoramento contribuem para que as fraudes passem despercebidas por longos períodos. 

Nesse cenário, investir em estratégias de governança corporativa e compliance, a partir de mecanismos preventivos como auditorias regulares e o fortalecimento dos controles internos, pode ajudar a mitigar riscos e minimizar os impactos financeiros e reputacionais. Segundo a pesquisa, a área de Compliance é responsável por 52% das apurações dos casos de fraude, seguida pela Auditoria Interna (21%) e o Jurídico (8%). 

Denúncia anônima é apontada como o principal meio de identificação de fraudes

As denúncias anônimas (59%) e as denúncias nominais – em que o denunciante se identifica (37%) constituem a principal origem de identificação primária das fraudes, conforme aponta a Grant Thornton Brasil. De acordo com a pesquisa, os dados reforçam a relevância de mecanismos que promovam a integridade e incentivem relatos de boa-fé, independentemente do nível hierárquico da pessoa denunciada ou da sua influência na organização.

No entanto, para que a implementação de um canal de denúncias em compliance seja efetiva, a orientação é para que a empresa incentive a transparência dos relatos e realize treinamentos e ações de conscientização sobre as diretrizes do seu código de conduta.

Também é recomendado reforçar a segurança de reportar qualquer não conformidade, visto que o profissional pode deixar de denunciar por medo de sofrer retaliações. O estudo destaca, ainda, que o engajamento de colaboradores e terceiros dentro de uma cultura ética é fundamental nesse processo.

Principais tipos de fraude que mais preocupam as empresas

De acordo com a Serasa Experian, entre os tipos de fraudes que mais preocupam as empresas estão a fraude de identidade, a fraude financeira, o vazamento de dados e o uso de documentos falsos. 

A fraude de dados está relacionada ao uso de informações pessoais de terceiros, como nome, número de documentos de identificação ou endereço, para conseguir o acesso ilegal a serviços financeiros e contas pessoais. 

A fraude financeira tem o objetivo de causar prejuízos econômicos a pessoas ou empresas. Ela pode ser realizada a partir do uso não autorizado de informações pessoais, invasão de contas bancárias ou falsificação de documentos. A Serasa Experian explica que a vítima pode sofrer tanto perdas financeiras, quanto perdas reputacionais irreparáveis.

O vazamento de dados também representa riscos, visto que, quando informações confidenciais de empresas ou de indivíduos são expostas, podem surgir crimes financeiros, como a realização de transações fraudulentas. Além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) estabelece que empresas responsáveis por vazamentos estão sujeitas a penalidades, independentemente de serem diretamente culpadas.

Já em fraudes relacionadas ao uso de documentos falsos, golpistas alteram dados em documentos legítimos ou criam versões falsificadas para obter vantagens ilícitas, como contratação de serviços ou compras fraudulentas. 

Em outra pesquisa, divulgada este ano, a Serasa Experian mostra que 58% das empresas afirmaram que a preocupação com os golpes aumentou entre 2022 e 2024. Ao sofrerem alguma tentativa de fraude, as principais preocupações foram o vazamento de dados de clientes (49%), as perdas financeiras (48%) e o vazamento de dados próprios (39%). 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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