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Quais são os riscos na produção de café?

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A cultura do café, é um grande ponto forte do  Brasil, há muitas décadas, a commodity é um dos pilares de sustentação da economia brasileira, um básico exemplo disso, está na política do café com leite, em que os governos de Minas Gerais e São Paulo se revezavam na presidência da república.

A cafeína é uma das drogas mais consumidas do mundo, age diretamente no sistema nervoso central e seu principal efeito é o aumento da atividade, ou seja, em poucas palavras, a cafeína deixa a pessoa mais ativa, age diretamente bloqueando os receptores de adenosina, é esta substância que gera a sensação de sono.

Além de seu efeito no sistema nervoso central, os problemas da cafeína já estão presentes em sua produção, demandando grande parte das terras aráveis do país, até mesmo a produção dos pés de café não é nem um pouco padronizada durante o ano, sendo que exigem muito esforço para que atinja seus objetivos financeiros, principalmente por causa de sua bienalidade.

A produção de café no Brasil

Que o café faz parte da cultura mundial não é novidade para ninguém, com uma xícara sendo indispensável para o dia a dia da grande maioria das pessoas, seja após acordar, depois do almoço para dar uma levantada no ânimo ou em qualquer outra ocasião, o café está na rotina.

O que nem todos sabem, é que este item tão essencial para a sociedade, é em sua grande maioria produzido no Brasil, sendo o maior país exportador do mundo, enquanto ocupa a segunda colocação de país que mais consome em média por habitante.

Contudo, a sua produção é extremamente danosa ao meio ambiente, exigindo um grande conhecimento não só da agricultura, mas em todos os outros fatores que envolvem comércio e transporte da mercadoria.

A cafeicultura no Brasil é completamente diferente do resto do mundo, onde possui por volta de 300 mil produtores de café, que ocupam somados em torno de 2 milhões de hectares, os estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo lideram a produção de todo o país, sendo que grande parte da produção é feita por meio da agricultura familiar, por volta de 30% até 35%.

Os riscos da produção de café

Conforme já foi dito, grande parcela da produção de café realizada no país, é feita por meio da agricultura familiar, ou seja, a produção tende a ser manual ou até mesmo com o aluguel de máquinas de café.

Ela representa cerca de 45% de toda a produção do país, e segundo dados do IBGE, mais de 90% de toda a produção da commodity que é realizada pela agricultura familiar é feita em monocultivo, ou seja, é a única planta que é utilizada, o que deixa sua produção ainda mais danosa para o solo.

Sendo assim, a produção é focada 100% nos pés de café, para que não haja de modo algum desvio de função ou então perde de tempo com algo desnecessário, de modo que o agricultor volta toda a sua atenção para os pés de café, maximizando o seu lucro possível e gerando muitos danos para toda a agricultura e o solo.

Isso acontece, pois, a produção desta commodity é completamente diferente dos outros modelos de agricultura, o café é uma planta que apesar de dar frutos todos os anos, ele funciona como uma planta bienal, onde produz bastante em um ano e no outro não dá quase resultado nenhum, com as boas colheitas sendo espaçadas por intervalos de um ano.

Toda esta instabilidade acaba pesando muito no bolso do produtor, que se vê cada vez mais obrigado a exigir o máximo de suas terras para compensar a variação das produções e não sair no prejuízo.

O mercado internacional do café

Se por um lado, temos o agricultor lutando contra a própria planta de cultivo e seus ciclos naturais é possível imaginar que do outro, ou seja, nos momentos da venda vai haver uma maior estabilidade.

Diante dos riscos já presentes, há outras variações que devem ser analisadas, o mercado do café passa por variações únicas, em que os preços em que são negociados, em um ano podem ser extremamente altos, estando muito acima da média, na próxima safra ele pode despencar muito, chegando a não pagar o custo de produção da commodity.

O produtor que possui anos de atuação, em pouco tempo vai presenciar grande flutuação nos preços, chegando a lucrar muito mais do que se era esperado em um ano, e no posterior não conseguir se quer custear a sua produção.

Como resultado do cenário caótico o produtor se vê obrigado a focar 100% de sua atenção no que ele pode controlar que é o manejo da terra e buscar sempre maximizar o seu retorno, que por sua vez degrada cada vez mais o meio ambiente.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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