Pesquisa feita pelo Vagas For Business mostra as principais tendências do mercado de trabalho para 2023
Será que o home office veio para ficar ou depois que a poeira da pandemia começou a baixar, o mercado está mais crítico ao modelo 100% remoto?
Ou é o modelo remoto que está cada vez mais forte no gosto dos colaboradores brasileiros e as companhias precisam rever perspectivas mais tradicionais?
Para responder essas e outras perguntas e ainda estimular novas discussões acerca dos modelos de trabalho para os brasileiros, uma pesquisa realizada pelo Vagas.com para software de R&S Vagas For Business buscou compreender as expectativas e preferências nacionais sobre os modelos contemporâneos de trabalho.
Além de ouvir a população, a pesquisa ainda tratou de como as empresas receberam as mudanças de modelos de trabalho e do que é possível prever de acordo com análises de comportamento e do próprio mercado.
Trabalho remoto, conexão presencial
Durante a pandemia, pelo menos 85% das empresas brasileiras adotaram o trabalho 100% remoto, também conhecido como home office, segundo dados da consultora de carreira global Korn Ferry.
Esse é o modelo em que a pessoa trabalha em sua própria casa, ou ainda pode utilizar espaços de trabalho colaborativos, os coworkings (prática liberada após fim do isolamento social).
Isso significou mudanças estruturais na rotina e na experiência de trabalho de milhares de brasileiros que estavam acostumados a precisar sair de casa, lidar com tempo de trajeto, até chegar ao escritório.
No início, o modelo foi um susto para muita gente que sequer conhecia a possibilidade de “trabalhar de casa” e exigiu paciência e treinamentos para que o dia-a-dia fluísse cada vez mais.
Durante o isolamento, era comum ver publicações sobre Happy Hours online, vídeo chamadas com todo o time de pijama, entre outras brincadeiras próprias desse primeiro momento da pandemia.
Entretanto, ainda que a organização profissional pareça ter sido bem atendida, as metas alcançadas e os resultados numéricos entregues. Ficou faltando alguma coisa nessa conta: a conexão pessoal entre colegas do ambiente de trabalho.
Não à toa, a pesquisa sobre Modelos de Trabalho e as principais tendências, apurou que, pelo menos 30% dos brasileiros desejam construir relações presenciais de trabalho em 2023.
O significativo interesse pelas conexões presenciais, está atrelado aos dados globais relacionados à saúde mental de profissionais de diferentes áreas.
Em pesquisa coordenada pela Chargifi, empresa global de software de tecnologia, 81% dos jovens afirmaram ter medo da solidão que pode ser provocada pelo trabalho em formato 100% remoto.
Esse é um dado relevante para que a saúde mental seja um fator central nas avaliações sobre diferentes modelos de trabalho.
Qualidade de vida, flexibilidade e boa remuneração também entram na conta dos profissionais, afinal o período de isolamento criou desafios que exigiram maior autoconhecimento e resiliência.
Conforme explica o CEO Dan Bladen, o trabalho remoto pode ser bastante conveniente para muitos profissionais, mas para outros pode ser a receita perfeita para solidão.
As agendas mudaram, as prioridades também
A agenda do mercado de trabalho mudou: a exigência por novas habilidades e perfis mais adaptáveis, ou ainda o surgimento de novas profissões e até novos estilos de construir a própria carreira (como é o caso dos nômades digitais, pessoas que viajam por diferentes lugares enquanto trabalham remotamente).
Assim, as prioridades dos colaboradores também foram transformadas e influenciadas pelas mudanças do mercado.
Tópicos como realização pessoal, felicidade e maior integração com da vida profissional com a vida pessoal se tornaram mandatórios nas motivações que levam os colaboradores a tomar decisões pela própria carreira.
Por isso, a discussão sobre solidão e saúde mental ficou ainda mais evidente, preocupando principalmente membros das gerações Z e Millenials, que se preocupam em construir conexões mais sólidas, que atravessem as reuniões virtuais e se tornem encontros presenciais.
Com o passar do tempo, até mesmo falar sobre salário e remuneração vai deixando de ser um tabu e passa a ser um assunto central em negociações para contratação ou promoção dentro das companhias.
O relatório do Grupo Adecco sobre o futuro do trabalho mapeou interesses e motivações que levam os profissionais norte-americanos a ficar ou deixar o trabalho. O relatório evidencia que 27% dos profissionais pretendem pedir demissão nos próximos 12 meses e a principal razão pela vontade de mudança é o desejo por salários melhores.
Qual o modelo de trabalho preferido do brasileiro?
No caso brasileiro, a preferência de 43% dos profissionais pelo modelo híbrido reforça o fato de que uma das principais prioridades para os colaboradores é a integração saudável entre vida profissional e pessoal.
Um pouco de cada: flexibilidade para escolher
O modelo híbrido foi o preferido pelos brasileiros na pesquisa sobre Preferências para Modelos de Trabalho e as principais motivações para essa decisão foram:
- mais flexibilidade para entregar atividades cotidianas à rotina de trabalho;
- evitar locomoção diária ao escritório;
- construir relações presenciais, de forma mais próxima.
Quanto à quantidade de dias para o trabalho ser presencial, a maioria dos respondentes demonstraram interesse em estar pelo menos 3 dias da semana no escritório (40,89%).
A tendência é de bastante equilíbrio e flexibilidade, de modo que as agendas profissionais sejam construídas com interações presenciais mais intencionais. Sem que ir ao escritório se transforme em um replay do que pode ser feito em casa.
E como fica o home office?
Queridinho para muitos profissionais, o modelo 100% remoto é o preferido por 24% dos respondentes. A principal motivação para essa escolha é a possibilidade de trabalhar para qualquer empresa do Brasil ou do Mundo.
Em segundo lugar, destaca-se o fato de não precisar se locomover até o local de trabalho, o que para muitas pessoas pode economizar várias horas longe do trânsito ou do transporte público.
Ainda que o home office seja preferido por muita gente, não significa que essas pessoas não estejam preocupadas com as conexões pessoais e com o networking com colegas de trabalho.
É apenas um perfil de trabalho diferente, que prioriza ter mais tempo com a família (motivação para 11% de quem escolhe o trabalho 100% remoto). Ou ainda, pessoas que querem mais tempo para se dedicar a outras atividades durante a semana, sem que o “dia de ir ao escritório” atrapalhe esse planejamento.
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