21 de maio de 2024

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“2023 será o ano da primeira morte atribuída à Inteligência Artificial”, acredita linguista e filósofo

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A onda de “desinformação” é uma das razões apontadas por especialistas do quanto a IA pode ser prejudicial

A Web Summit 2022 é a maior conferência sobre tecnologia, inovação e empreendedorismo da Europa e, neste ano, bateu recorde de público, fazendo da cidade portuguesa, Lisboa, o centro das atenções de empresários, investidores e novos empreendedores.

Após a fase crítica da pandemia, a tendência no mercado corporativo tem sido a de “correr atrás” das novidades para não ficar de fora dos principais movimentos tecnológicos que acontecem ao redor do mundo.

A Plano Consultoria Empresarial auxilia grandes organizações públicas e privadas a se transformarem digitalmente e, por isso, o tema tecnologia e inovação é parte da rotina da empresa.

O que movimentou o Web Summit 2022 também tem feito muito barulho por aqui, aliás, especialistas estiveram recentemente presentes no podcast, Plano Talks, e parte da discussão foram temas relacionados à transformação digital e inovação.

Quais são as principais tendências relacionadas à transformação digital entre organizações do mundo todo?

Principais discussões em torno da Tecnologia e Inovação no Web Summit 2022

Muitas palestras e participações marcantes fizeram parte no Web Summit 2022, como a do Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, ministrando a palestra “A route for doing business in Latin America” (Uma rota para fazer negócios na América Latina).

Porém, duas discussões causaram grande impacto entre os participantes, sobre o Metaverso, iniciada pela chefe de produto da Meta, Naomi Gleit, e sobre a Inteligência Artificial (IA), pelo linguista, filósofo e ativista, Noam Chomsky, e pelo cientista de Inteligência Artificial na Universidade de Nova Iorque, Gary Marcus.

“Metaverso não quer substituir o mundo real.”

Essa foi uma afirmação de Naomi Gleit, desmistificando a ideia que muitas pessoas têm de que o mundo virtual irá substituir o mundo real, para ela, o metaverso vem para complementar e tornar as experiências tecnológicas cada vez mais imersivas.

O intuito do metaverso é o de trazer impactos positivos sociais, como, por exemplo, para a área da saúde, em que a nova realidade poderá ser utilizada para treinar operações cirúrgicas e para possibilitar ao cirurgião mais informações por meio dos óculos de realidade virtual.

E quanto às reuniões de vídeo, parte da realidade remota de milhões de empresas?

O linguista Naomi acredita que o futuro das videochamadas com o metaverso está em criar uma maior noção de espaço e de proximidade entre as pessoas, principalmente por meio do áudio espacial e, ao invés de caixas com a cara das pessoas, o que se terá é a visão ampla sobre cada participante. Exposição demais? Isso daria outra discussão!

O futurista e humanista digital, Gilberto Lima Jr., em sua participação no podcast, Plano Talks, trouxe o tema Jornada da Transformação Organizacional e Digital e, discutiu sobre o papel das organizações a partir da apropriação das tecnologias de forma crítica e não de simplesmente seguir as tendências sem questionar:

“Como melhorar as suas entregas utilizando as ferramentas tecnológicas que se tem hoje? O pensamento humano tem se desenvolvido também por conta da tecnologia, que impacta nas crenças e valores. Se as empresas não olharem para isso, não perceberem os impactos que as tecnologias provocam e se não tiverem um propósito firme, sucumbirão”, argumenta.

“Prevejo que 2023 seja o ano da primeira morte atribuível à Inteligência Artificial.”

A frase polêmica foi do linguista, filósofo e ativista, Noam Chomsky, que completou dizendo que sua preocupação é a de que os sistemas não conseguem distinguir o que é o mundo real do que não é o mundo real.

Já o cientista de IA na Universidade de Nova Iorque, Gary Marcus, disse que os sistemas até acertam de vez em quando, mas o problema é quando não contribuem corretamente, levando as pessoas a receberem “maus conselhos”.

Chomsky foi além, dizendo que embora a IA tenha uma boa engenharia, trata-se de uma má ciência, pois não ajuda as pessoas a compreenderem o que as rodeia, levando a uma produção de ‘desinformação’.

Mas não é apenas Chomsky ou Marcus, muitos especialistas ao redor do mundo têm apimentado essas discussões sobre as falhas de contribuição da IA à sociedade. O coordenador do Comitê de Inovação, Tecnologia e Governança na RGB (Rede Governança Brasil), consultor de políticas públicas e professor, Walter Marinho, no podcast Plano Talks falou sobre Inteligência Artificial e Governança de Máquinas para Tomada de Decisões.

O especialista mencionou as questões de ética e governança de máquinas no cenário de Nova Iorque:

“Em Nova Iorque, utilizam a inteligência artificial e a governança de máquina para a condenação de criminosos, mas por não existir ética e governança no algoritmo que tomou a decisão, estavam condenando pessoas negras em determinadas regiões, sem a visão humana. Entre o negro e o branco, a condenação para o mesmo crime era dada à pessoa negra, sob um viés racista. Este é um exemplo prático de quando não se tem ética e governança na inteligência que levou à tomada de decisão”, explica.

Walter também acrescentou que é preciso entender que “a Inteligência Artificial não é inteligente e nem artificial”, pois se trata de probabilidades matemáticas, se assemelhando a mais uma planilha no Excel do que com a visão dos “robôs dominando o mundo”.

As tecnologias só avançam, mas o quanto as organizações estão sendo críticas em relação a isso? Ter avanços tecnológicos, sem dúvida, é importante, mas avançar na visão humana para acompanhar essa evolução, é crucial.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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