21 de maio de 2024

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07 dicas para conduzir situações polarizadas!

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“Os brasileiros estão passando por uma fase de muitas rupturas, tanto no ambiente familiar como no profissional. Parentes “virando a cara” e empresas até perdendo clientes ou sofrendo boicotes. A realidade é que está cada vez mais difícil conversar”, reflete Diana Bonar.

A especialista em Conflitos e Comunicação Não Violenta ressalta ainda que parece que o país foi dividido em dois lados antagônicos e o simples fato de verbalizar o candidato  a presidência da sua preferência causa todos os tipos de reações negativas.

Segundo Diana, é importante ressaltar que o conflito nasce da percepção de que o outro pode ser uma ameaça de algo importante para mim. Pois se o outro tem um pensamento antagônico, que por exemplo, possa ameaçar a minha integridade, senso de segurança ou liberdade de expressão, eu reajo a isso.

“Quando enxergo meu oponente como uma ameaça,  os sentimentos predominantes são de medo, raiva, indignação e o instinto de defesa ou ataque entram em cena. É por este motivo que o conflito entre Esquerda e Direita parece irremediável. Ao invés de diálogo, há troca de rótulos ‘comunista’ ou ‘fascista’, por exemplo, e nos afastamos de qualquer possibilidade de reflexão conjunta”, ressalta ela.

Para Diana, as Fake News, muito difundidas hoje em dia, contribuem de forma muito negativa, porque elas aumentam o que chamamos de construção da “figura do inimigo” de ambos os lados. Disseminando sentimentos de ódio, medo e desejo de vingança. Portanto, conhecimento histórico e social, junto com senso crítico, nunca foi tão relevante para construção da harmonia social.

Uma das dicas da especialista em conflitos é questionar tudo que chegar até você, investigue e reflita antes de passar adiante, pois quem produz Fake News tem como objetivo final que é a da manipulação.

No Brasil, por exemplo, o discurso de ódio tem se tornado um problema, e representa uma fala intolerante e sem empatia.

“Não é “mimimi. Discursos de ódio podem virar ações concretas violentas. Em geral, o alvo são mulheres, negros, pessoas LBTQIA+, indígenas, crenças religiosas específicas. O discurso de ódio traz em si o desejo de eliminar, destruir, acabar com o alvo do ódio”, diz Diana que continua… “Todos nós devemos estar muito atentos a isso e coibir qualquer discurso de ódio contra qualquer grupo. Não devem ser tolerados e devem ser coibidos como prevê a lei.”

 

De acordo com Diana, discurso de ódio não é liberdade de expressão, esta garante que a democracia possa existir e florescer. Pensamentos divergentes são bem-vindos e fazem parte de uma construção democrática. Você pode e deve emitir a sua opinião, mas você não pode estimular o extermínio de pessoas.
Seguem algumas dicas da Diana Bonar, especialista em conflitos e Comunicação Não Violenta, para saber como conduzir situações e conversas polarizadas. Confira:
Tenha certeza de que você não está repetindo Fake News. Elas podem alterar a sua percepção da realidade;
Evite palavras de julgamentos e verbalize como você se sente e o que você precisa. Ambos os grupos, precisam se sentir seguros, por exemplo, esse é um solo comum. Xingamentos mútuos geram afastamento.
Pratique ouvir, mesmo discordando. Isso dará mais espaço para um diálogo de aprendizado e troca.
Se perceber que a sua irritação está aumentando, se retire da conversa antes.
Independe de que lado está, defenda a vida. Não apenas de quem pensa como você, mas a de todos nós. Isso revela seus valores de compaixão, empatia, democracia.
Se perceber que a pessoa não consegue mais distinguir fato de Fake News e que o diálogo é quase impossível, não ofenda ou diminua essa pessoa. Busque com quem conversar, e de forma bem mais sútil e transversal insira pontos de reflexão sem confronto.

Antes de iniciar a conversa, avalie dois pontos centrais:
Quem é essa pessoa na minha vida. Qual a importância deste vínculo para mim. Qual o grau de dor emocional envolvido ao perder este vínculo?
Qual o nível de importância para eu falar sobre isso?

Com base na sua resposta, veja o gráfico abaixo e reflita qual seria a sua melhor escolha. Se o vínculo importa e o tema também, você deverá ter muita sensibilidade e saber muito bem usar a Comunicação Não Violenta para conduzir essa conversa.

Se o vínculo for mais importante, será mais sábio acomodar a situação. E não falar sobre isso com essa pessoa.

Se nenhum dos dois importa, nem comece.

Se o assunto é mais importante que a pessoa, exponha a sua opinião com respeito, sabendo que possivelmente o outro lado também não mudará de ideia. Avalie se vale a pena entrar nesta competição.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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