Ouço muitas reclamações de amigos e alunos em relação ao excesso de horas despendidas no trabalho. Apesar de considerar que parte das reclamações serve também como uma desculpa para justificar a falta de empenho nas atividade física, entendo que muita gente trabalha muito mesmo. Há casos de pessoas que passam mais de dez horas por dia na empresa e aí fica difícil ter tempo e principalmente energia para exercitar-se. Será que compensa trabalhar tanto assim? Claro que há momentos em que é necessário cumprir um prazo, mas viver cronicamente trabalhando tantas horas pode não trazer – necessariamente- a produtividade esperada. Pelo contrário: indivíduos sobrecarregados sofrerão stress e isso prejudicará seu desempenho. Ou não?
Há uma pesquisa (1) sobre em que medida um programa de exercícios traz algum ganho em termos de produtividade no trabalho. O estudo foi realizado com 177 indivíduos, monitorados por 1 ano. Os pesquisadores inseriram o programa de atividade física na rotina de trabalhadores de clínicas odontológicas e reduziram a carga de trabalho semanal em 2 horas e meia, justamente para viabilizar a prática de exercícios. Resultado?
Apesar da redução de 2 horas e meia na semanais, o número de pacientes atendidos nas clínicas aumentou; o número de faltas relacionadas a doenças diminuiu. Em outras palavras, valeu a pena substituir parte da carga de trabalho por atividade física. E não estamos falando de critérios subjetivos, como sensação de bem estar, stress, etc. Houve um resultado estatístico real e positivo, um dado que deve servir de exemplo aos viciados em trabalho.
Praticar exercícios também ajuda no trabalho. Então, mãos a obra!
Fonte:
1- von Thiele Schwarz, Ulrica PhD; Hasson, Henna PhD. Employee Self-rated Productivity and Objective Organizational Production Levels: Effects of Worksite Health Interventions Involving Reduced Work Hours and Physical Exercise. Journal of Occupational & Environmental Medicine: August 2011 – Volume 53 – Issue 8 – p 838–844
Por Renato Dutra/ Veja