28 de março de 2024

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Unicamp fará testes rápidos para detecção de Zika a partir da próxima semana

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Os testes rápidos também podem detectar dengue e chikungunya

A partir da próxima semana, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vai passar a receber amostras e fazer testes rápidos de detecção do zika vírus. Em entrevista à Agência Brasil, Clarice Arns, professora do Instituto de Biologia e coordenadora da na força-tarefa criada entre laboratórios e as três universidades paulistas para estudar o vírus, disse hoje (10) que o teste fica pronto em torno de cinco ou seis horas, mas ele só detecta o vírus ativo, ou seja, quando ele está no organismo e a pessoa já apresenta os sintomas da doença.

“Esse é um teste em que vamos detectar o vírus ativo ou se ele está no organismo da pessoa. Só é possível detectar, ou as chances são maiores, quando o paciente está na fase aguda da enfermidade, ou seja, quando ele está com os sinais ou sintomas clínicos. O médico então irá avaliar e remeter a amostra para a gente.”

As amostras para o teste são coletadas a partir da saliva, urina ou sangue do paciente e podem detectar, além do vírus Zika, também a dengue e o chikungunya. O Hospital das Clínicas da Unicamp será um dos órgãos que fará a triagem e irá encaminhar as amostras para serem analisadas pelos pesquisadores da Unicamp.

“O vírus tem que estar lá [no organismo do paciente]. Se já passou a fase aguda [da doença], o vírus não está mais no organismo. Depois que o vírus não está mais no organismo, temos um teste chamado sorologia, mas que não é um teste muito específico porque ele cruza muito com o vírus da dengue e aí não temos certeza se o paciente teve contato com zika ou dengue. Já esse teste não. É um teste específico em que poderemos determinar se o paciente está infectado com zika, dengue ou chikungunya ou com os três”, disse Clarice.

Para a coordenadora, a vantagem desse teste sobre os demais, principalmente sobre a sorologia, é que “ele é específico e rápido”. “Imagine uma mulher grávida, com sintomas, e que quer saber se está com zika ou não. Nós teremos como verificar isso”, disse. “O indivíduo que está doente tem o direito de saber o que ele tem. E também é importante, em termos epidemiológicos, que o Brasil saiba o que está ocorrendo e só com esses dados na mão é que as autoridades vão tomar uma posição mais clara e evidente, soltando mais verbas para a pesquisa ou o diagnóstico da doença”, acrescentou.

Rede Zika

Criada no final do ano passado, a força-tarefa ou Rede Zika, como vem sendo chamada, reúne dezenas de laboratórios no estado de São Paulo para buscar entender o funcionamento do vírus que provoca o zika. A rede integra também as três universidades paulistas: Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ela é coordenada pelo professor Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

Para Clarice, a criação dessa rede foi fundamental para buscar uma solução para o problema do zika vírus no país. Segundo ela, isso ocorreu em raras oportunidades no Brasil.

“Essa questão da microcefalia [que pode estar relacionada ao zika vírus] tocou a todos nós. Há pouco tempo, eu não trabalhava com esse vírus e hoje estamos com tudo preparado [para estudá-lo]. Nossos alunos de pós-graduação estão deixando de fazer seus trabalhos para essa força-tarefa”, falou.

Teste em outras áreas do país

Segundo a pesquisadora, o teste para detecção de zika não é exclusividade da Unicamp. Diversas universidades e laboratório em todo o país já estão realizando testes para a detecção de zika. “Não é só aqui que está sendo feito. Está sendo feito na Fiocruz, na USP, na Unesp, no Instituto Butantan, no Instituto Evandro Chagas, entre outros”.

 

 

Assessoria de imprensa

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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