28 de março de 2024

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Robótica avançada melhora interação entre máquinas e humanos nas empresas da indústria

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Por Sara Rodrigues

Quem é fã de filmes de ficção científica já se acostumou com personagens robôs que agem de forma semelhantes a dos seres humanos. Mas os robôs da realidade não têm necessariamente o “esqueleto” de humanos, como C3PO de Star Wars ou Sonny de Eu, Robô. A robótica avançada produz máquinas que aprendem a executar funções que, anteriormente, eram atribuídas ao ser humano.

O empacotamento de peças pode ser uma dessas funções. Se um empresário tem um ambiente industrial, onde é necessário escolher peças de uma esteira para empacotá-las separadamente, agora já é possível que um robô aprenda a fazer isso e torne o trabalho mais rápido.

Essa é uma tarefa exclusiva da robótica avançada. Enquanto no formato tradicional os robôs precisavam fazer uma única ação repetidas vezes, na robótica avançada ele pode ser programado para executar diferentes tarefas simultaneamente.

“Ele pode ao mesmo tempo, em uma operação, fazer uma solda, em outra operação pegar uma peça, ou em outra operação fazer uma colaboração com humanos”, explica Roberto Baptista, especialista em Robótica da Universidade de Brasília (UnB).

Baptista reforça que os sistemas computacionais dos robôs industriais podem ser, inclusive, alterados durante a operação, ou seja, as coordenadas dadas por humanos para o tipo de tarefa que deve ser executada podem ser mudadas mesmo que o robô esteja trabalhando.

A Kuka Roboter é uma empresa alemã que tem franquia no Brasil. Ela tem uma linha diversificada de robôs que são fabricados para aplicar tintura e laser, fazer cortes, lançar jato d’água, além de outras manipulações. Edouard Mekhalian, diretor-geral da empresa, explica que a robótica possibilita uma melhor situação de trabalho para os funcionários executarem tarefas tão manuais.

“A vantagem é que esses robôs que estão agora também trabalhando próximo às pessoas, é que permite que o funcionário execute tarefas muito mais voltadas à sua parte cognitiva, de inteligência, de muito mais habilidade que o robô não tem”, explica Mekhalian.

Indústria 4.0

A Robótica Avançada é uma das principais tecnologias da Indústria 4.0. Ela faz parte dessa fase tecnológica que é considerada a quarta revolução industrial. Entendendo essas mudanças, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou o estudo “Indústria 4.0 e Digitalização da Economia”, que faz parte das propostas que entregues aos candidatos à presidência da República neste ano.

O estudo mostra que a inserção de novas tecnologias na indústria é necessária para o avanço para a produtividade e competitividade das empresas brasileiras.

“As tecnologias digitais têm o potencial de contribuir para a solução de grandes problemas nacionais. Então, se a gente pensar em atendimento à saúde, de eficiência energética e mobilidade urbana. Tudo isso pode ser melhorado. A prestação de serviço para a sociedade pode ser melhorada por meio de tecnologias digitais”, explica João Emílio, gerente executivo de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Edouard Mekhalian, que já trabalha na área, confirma a importância da robótica no momento de ampliar os trabalhos e acelerar os processos. “A robótica tem que vir para que você possa aumentar a produção, para vender mais, e vendendo mais, você pode gerar outros empregos, que normalmente você não criaria se seu mercado não crescesse”, afirma.

Qualificação e preparo

Com a necessidade de preparar as empresas e inseri-las no contexto da Indústria 4.0, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), passou a oferecer consultorias por meio do programa Brasil Mais Produtivo (B+P). O programa já atendeu três mil empresas em todas as regiões do país.

Dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) mostram que as empresas que participaram do programa, em 2017, alcançaram aumento de 52% de produtividade nas linhas de produção. O objetivo, nesta nova etapa, é atender 600 empresas entre 2018 e 2019.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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