28 de março de 2024

SB24HORAS

Notícias na hora certa!

Personagens mostram que meninas podem ser cientistas

Compartilhe essa notícia!

Por Marici Ferreira, presidente da ABRAL

As mulheres têm conquistado cada vez mais espaço em várias áreas nas últimas décadas. Mas, se a presença feminina em inúmeras atividades ainda é inaceitavelmente menor que a masculina, na ciência o quadro é mais grave. Neste dia 11 de fevereiro, comemora-se o “O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência”, data instituída pelos Estados-Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, com o objetivo de reconhecer o importante papel que as mulheres desempenham nas comunidades de ciência e tecnologia ao redor do mundo e cujas comemorações são lideradas pela Unesco e pela ONU Mulheres.

A Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas e Personagens (ABRAL), que reúne empresas como Mauricio de Sousa Produções (MSP), Disney, Gloob, Instituto Ayrton Senna, entre outras, apoia a ampliação da participação da mulher em áreas em que ainda é subrepresentada. De acordo com um estudo realizado em 14 países, a probabilidade de mulheres obterem o grau de licenciatura, mestrado e doutoramento em campos relacionados à ciência é de 18%, 8% e 2%, respectivamente, enquanto as porcentagens masculinas são de 37%, 18% e 6%, ou seja, mais que o dobro.

Para que as mulheres ampliem sua presença nos laboratórios no futuro, é importante falar com as meninas hoje.  É fundamental que elas percebam que ciência é coisa de menina, sim.

A ABRAL considera que os personagens podem ter um papel importante para mudar esse quadro. Luna, por exemplo, uma garotinha de 6 anos apaixonada por ciência e que usa experimentos e a imaginação para fazer muitas descobertas, faz muito sucesso com o desenho animado com o seu nome: “O Show da Luna”. Outros exemplos são “Dora, a Aventureira”, menina que, com seu amigo macaco de estimação e sua mochila falante, desvenda o mundo em desafios educativos, e a “Doutora Brinquedos”, que “diagnostica” seus bonecos e bichinhos de pelúcia   

Luna – personagem O Show da Luna

Por meio do projeto Donas da Rua, que tem o apoio da ONU Mulheres, a Mauricio de Sousa Produções mostra a meninas e mulheres de todas as idades que não é preciso ter um Sansão para conseguir seu espaço. Dentro da série Donas da Rua da História, o projeto mostra mulheres importantes em vários setores, inclusive na ciência: Magali é retratada como Ada Lovelace, precursora da programação de computadores; Cascuda como a prêmio Nobel de química e física Marie Curie; e Milena como Katherine Johnson, cujos cálculos foram fundamentais para que o homem chegasse à Lua. As ilustrações circulam pelo país em exposições itinerantes e em eventos que aproximam as garotas da ciência, apoiados pela MSP.

Um dos grandes destaques do filme “Pantera Negra”, da Marvel, um dos que concorrem ao Oscar deste ano, é a atriz guianense Letitia Wright, que  interpreta a princesa e maior cientista de Wakanda, o país africano ficcional que é o lar do personagem principal. Ela chefia um laboratório de onde saem grandes inovações tecnológicas.

São iniciativas como essas que podem estimular a presença feminina na ciência, hoje dominada por homens. Nas premiações mais recentes do Nobel, feitos em cinco categorias, a participação da mulher continua muito pequena: 5,6%. Das 904 pessoas premiadas  desde 1901 com o Nobel, apenas 51 são mulheres. A física tem o pior índice de vencedoras: 1%. Somente três mulheres ganharam o prêmio desde 1901. Antes de a canadense Donna Strickland vencer no ano passado, a última mulher premiada foi em 1963, há 55 anos.

Para especialistas, o período para aumentar esse número é a infância. Por isso, a ABRAL, cujos personagens infantis licenciados são o carro-chefe das associadas, considera tão importante incentivar ações e novas ideias que possam mostrar a importância da presença feminina em todas as áreas desde os primeiros anos. O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência precisa ser lembrado e muito festejado todos os anos.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
Compartilhe essa notícia!