28 de março de 2024

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Para morrer bastar viver. Por Douglas S. Nogueira

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  A vida é realmente passageira, hoje sorrimos, cantamos, nos divertimos, amanhã porém, estamos do outro lado do muro muita das vezes entristecidos por não fazermos mais parte da família dos vivos.

Infelizmente muito de nós não valorizamos o amanhecer, o anoitecer, o nascer e o pôr do Sol. Vivemos de maneira a parecer que nunca iremos desfalecermos, parece que somos os poderosos donos do destino, da vida, do acaso, uma grande e tola besteira, pois para morrermos basta estarmos vivos, ou melhor, quando se nasce já se assina obrigatoriamente tal contrato.

         Vidas e mais vidas se vão assim num piscar de olhos, em um acidente trágico, naquele assassinato que abalou todo o país, no desacerto familiar que culminou em horrores, enfim, o trajeto humano em meio à vida é curto e não aceita de certa forma desperdícios, falta de cuidado, amor, tolerância, espiritualidade, paz, pois para passar ao outro lado, para a segunda fase do estágio, é simples e rápido.

         Morrer certamente no íntimo geral ninguém deseja, entretanto muitos procuram incessantemente tal caminho, vivendo de forma uma vida maluca e inconseqüente, a favor das drogas, do crime, da prostituição, do tráfico, da loucura de muitos dos esportes radicais, como o alpinismo, por exemplo, ou ainda a fórmula 1 e moto GP, que para quem é apenas telespectador não deixa de ser um grande espetáculo, agora já para os pilotos, é um grande passo rumo a morte.

         Praticar o bem, cultivar o amor ao próximo, respeitar a todos independentemente de quem quer que seja, classe social, raça, credo, partido político, preferência esportiva, não é questão de obrigação a nós vivos e sim, uma grande formação de imagem, currículo pessoal para que quando desfalecermos seja nos planos da vida ou no repente do destino, possamos ter o poder de fazermos todos chorarem inclusive o coveiro.

         Muitos infelizmente não pensam dessa maneira, guerreiam, bagunçam, destroem sonhos e patrimônios, com o simples intuito de mostrarem capacidade, mas não fazem mais nada do que pensarem no dia de hoje, imaginando tais indivíduos que são eternos, nasceram para semente. Quanta tolice! O dia de amanhã os espera, com o convite da morte e do arrependimento, e aí o que farão?

         Quando uma pessoa de grande valor morre, o sentimento que tal indivíduo deixa em nós é o da orfandade, por perdemos uma grande peça do nosso quebra cabeça denominado vida, todavia ao morrer alguém de caráter duvidoso, corrupto, assassino, maldoso, aterrorizante, sentimos um grande alívio, já que o destino nos ajudou tirando de nossa frente um grande empecilho, uma grande pedra em forma humana.

         A correria do dia-a-dia, o estresse, a luta inevitável da vida traz-nos em diversos momentos o arrependimento por fazermos parte desse mundo, sendo nós escolhidos para vivermos, mas viver é um grandioso e magistral privilégio, apesar de ser algo passageiro.

         Sair de casa todos os dias e dizer aos familiares que os amam é a maior das prudências, pois em um desses dias poderá ser o término de seu contrato com a vida e com certeza a imagem, lembrança deixada a quem ficar será a melhor.

         A ganância humana por bens materiais é enorme, homens que vendem ou doam suas vidas por dinheiro, status, poder, esquecendo eles de que em um piscar de olhos poderão deixar o navio dos vivos e acoplarem-se no monumental da morte.

         O hoje deve portanto ser bem vivido, aproveitado, cultivado, produtivo, de bens não materiais mas principalmente humanos, doando o seu lado positivo, plausivo, que produz nos demais indivíduos sorrisos e alegrias, porque dormimos, porém jamais saberemos se iremos acordar, já que para morrer basta viver.

 

Autor: Douglas S. Nogueira

Técnico de Manutenção e Integrante da Associação Literárias de Santa Bárbara – ACIBEL

BLOG: www.douglassnogueira.blogspot.com

E-mail: douglas_snogueira@yahoo.com.br   

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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