20 de abril de 2024

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Os refrigerantes feitos para viagens espaciais

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Disputa por publicidade, em meados da década de 1980, fez duas marcas rivais de refrigerantes enviarem algumas latinhas para uma missão espacial da NASA. A inovação provocou certo repúdio por parte dos astronautas

 

Os refrigerantes são uma das bebidas mais populares do mundo ainda hoje, ricos em conservantes e corantes, com grandes quantidades de açúcar, com exceção daqueles do tipo light e diet, que possuem quantidades menores de adoçantes. Segundo dados da consultoria Euromonitor, em 2018, os brasileiros ingeriram uma média de 14 latas por mês, enquanto os chineses consumiram apenas 2.

 

Os refrigerantes surgiram em 1676, na capital francesa, em uma empresa que misturou açúcar, suco de limão e gás carbônico. Porém, eles só passaram a ser comercializados mais de um século depois: em 1830, época em que os farmacêuticos e os médicos buscavam associar ingredientes curativos às bebidas com gás, receitando-as para as pessoas que apresentavam diferentes sintomas físicos.

 

Hoje, existem diversos sabores dessa bebida, tais como refrigerantes de cola e aqueles feitos a partir de uma quantidade mínima de suco de frutas, como guaraná, limão e laranja. Os primeiros refrigerantes de cola foram inventados no fim do século XIX, na década de 1880, por farmacêuticos nos Estados Unidos.

Disputa espacial

A disputa de diferentes marcas de refrigerantes atingiu, literalmente, dimensões siderais. O ano de 1985 marca a primeira vez em que astronautas beberam refrigerante no espaço.

 

Isso ocorreu com funcionários da NASA, agência governamental dos Estados Unidos, que cuida de pesquisas, desenvolvendo tecnologias e programas de exploração do espaço sideral. A instituição enviou astronautas para realizar experiências científicas na órbita da Terra.

 

A iniciativa de enviar refrigerante ao espaço partiu da empresa Coca-Cola, que produziu uma lata especial, contendo um saco plástico com a bebida e uma bexiga pressurizada com dióxido de carbono, que impulsionaria o refrigerante para a boca, em um ambiente em que a força da gravidade não atua como na Terra. Além disso, uma válvula metálica foi inclusa para impedir vazamentos do líquido.

Ao saber dos planos da concorrente, a Pepsi pediu para participar da mesma missão, o que foi permitido, contanto que ela desenvolvesse uma latinha a tempo do lançamento.

Desagrado da tripulação

A NASA tentou se desvencilhar do projeto de propaganda desenvolvido pelas duas empresas e chamou essa missão de “avaliação de recipientes de bebidas carbonatadas”.

A maioria da tripulação, composta por estudiosos de astrofísica, física solar e atmosférica, não gostou da ideia de realizar o teste, que, na prática, servia como propaganda das suas marcas.

Após 35 anos da missão, o astronauta John-David Bartoe confessou que não aceitou beber o refrigerante, pois acreditava que isso era frívolo e depreciativo para a ciência.

Os astronautas da missão aceitaram avaliar somente o dispositivo criado pelas empresas para beber os refrigerantes no espaço. Cada uma delas enviou quatro latinhas para a avaliação a bordo.

Sensações e tentativas

Posteriormente, alguns astronautas compartilharam as suas impressões sobre a sensação de beber refrigerante no espaço: o fato de não haver gravidade faz com que as bolhas de dióxido de carbono não subam e vão embora, o que as faz permanecer mais tempo na bebida em comparação ao que aconteceria no planeta Terra.

Contudo, esse aumento da gaseificação das bebidas teve um preço: um acúmulo maior de gases no estômago, o que foi capaz de promover mais quantidade de arrotos e irrupções consideradas “molhadas” pelos astronautas.

Vale mencionar que esta não foi a única aventura espacial envolvendo refrigerantes. Entre 1991 e 1996, a Coca-Cola enviou latinhas por mais três vezes, com novos dispositivos desenvolvidos após a primeira missão. Em 1996, a Pepsi enviou uma lata inflável gigante, que foi usada para gravar um comercial no interior da estação espacial russa Mir.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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