29 de março de 2024

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Número de obesos aumenta no país e métodos de emagrecimento ganham impulso

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O excesso de peso cresceu entre a população das capitais e passou de 42,6% para 53,8% em 10 anos

O sobrepeso e a obesidade vêm se tornando um dos grandes problemas de saúde no Brasil e no mundo. Segundo o Ministério da Saúde, um em cada cinco brasileiros está acima do peso. Os dados que revelam o aumento da obesidade no Brasil foram divulgados em 2017 e apontam que a prevalência da doença passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016.

O estudo faz parte da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada em todas as capitais brasileiras. As constatações são referentes a entrevistas realizadas entre os meses de fevereiro e dezembro de 2016, com mais de 53 mil pessoas maiores de idade. O excesso de peso também cresceu entre a população das capitais. Passou de 42,6% para 53,8% em 10 anos.

O Ministério da Saúde ainda aponta que o crescimento da obesidade também pode ter sido um fator decisivo para o aumento da diabetes e hipertensão entre os brasileiros. A instituição alerta que todos esses perigos pioram a condição de vida e podem ocasionar sequelas fatais, até mesmo a morte.

De acordo com o cirurgião bariátrico e diretor do Instituto Mineiro de Obesidade (IMO), Leonardo Salles, a obesidade se tornou uma endemia moderna, ao mesmo tempo em que a sociedade está a procura por melhores padrões de qualidade de vida.

Segundo Salles, estes fatores fazem com que a maioria dos pacientes queiram emagrecer de forma rápida. “Todo tratamento de emagrecimento se inicia em uma consulta onde se avalia qual o método ideal para cada paciente, seja pelo método clássico baseado em dieta e atividades físicas; método farmacológico; método endoscópico; ou método cirúrgico. O ideal seria o paciente conseguir emagrecer somente com o método clássico, mas esse se mostra ineficiente na prática, tendo quase sempre o abandono do tratamento após dois ou três meses”, ressalta.

O cirurgião bariátrico explica que os métodos farmacológicos de emagrecimento embora tentadores, pois, aparentemente não são invasivos, podendo causar um desequilíbrio bioquímico que dificulta significativamente a fase de estabilização do peso, levando o paciente quase sempre a um efeito sanfona intenso.

Em outubro deste ano, Leonardo Salles trouxe para o IMO, uma nova técnica de redução de estômago, denominada gastroplastia endoscópica. “O procedimento, não invasivo, foi desenvolvido para reduzir o volume do estômago e provocar uma sensação de saciedade precoce”, explica o cirurgião.

Durante a gastroplastia endoscópica, sem a necessidade de uma incisão externa e usando apenas um orifício natural, a boca, o paciente é colocado sob anestesia geral e com o dispositivo Overstitch acoplado ao aparelho de endoscopia, o cirurgião realiza pequenas suturas em um padrão específico até o fundo gástrico. Em seguida, a série de suturas são estreitadas, comprimindo o volume utilizável do estômago.

Segundo Salles, a gastroplastia endoscópica é indicada para o paciente que apresenta o IMC mínimo de 30 (obesidade grau I) como terapia primária, sendo recomendada ainda para pessoas que já realizaram a cirurgia bariátrica e voltaram a ganhar peso. “É comum que pacientes que passaram por procedimentos, sejam eles cirúrgicos ou mesmo endoscópicos, e que não se preocuparam em fazer um tratamento multidisciplinar adequado, tenham recidiva a longo prazo da obesidade. No caso de pacientes que realizaram a gastroplastia Sleeve convencional ou mesmo o Bypass, tais procedimentos podem ser reajustados de forma minimamente invasiva por meio da técnica endoscópica do Overstitch, o que ajuda o paciente a voltar a perder o peso excedente”, afirma Salles.

“Observo que neste processo, a gastroplastia endoscópica pode contribuir dando respostas mais palpáveis e impulsionando o tratamento multidisciplinar, que por sua vez irá assegurar a estabilização do peso”, comenta.

Na maioria dos casos, após o procedimento, que dura em torno de uma hora, o paciente permanece sob observação por cerca de 4 horas, podendo ir para casa no mesmo dia. No entanto, deve ser mantida uma dieta líquida por 15 dias e pastosa por 15 dias, mas isso não impede que neste período o paciente realize atividades físicas. “Também é preciso que o paciente mantenha o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar composta por um cirurgião bariátrico, endocrinologista, psiquiatra, psicólogo, nutricionista e preparador físico, para que um novo estilo de vida seja adotado”.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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