29 de março de 2024

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Indústrias com produto nacional têm vantagem em meio à crise

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* Por Mateus Souza

 

O cenário que a indústria brasileira enfrenta neste fim de semestre é ainda muito confuso, com empresas voltando à operação após recessos preventivos contra a covid-19 e outras suspendendo a operação indefinidamente. O recuo previsto no PIB brasileiro já ultrapassa os 5%.

Como enfrentar a crise no longo prazo e se precaver contra novos imprevistos da economia? Uma das vantagens competitivas que ficaram claras neste momento é a produção local de insumos industriais. Com a nacionalização de matérias-primas, as empresas ficam menos suscetíveis a flutuações cambiais e restrições logísticas.

Num cenário de dificuldades para o transporte aéreo e marítimo, ter insumos produzidos em território nacional traz tranquilidade. Deixar de importar e passar a produzir localmente só é possível por meio de planejamento de longo prazo, da confiança em suas filiais e a contratação consciente para as posições estratégicas. Obter as necessárias certificações também é um passo crucial na obtenção da liderança de mercado.

Outro ponto sensível para as empresas no momento é a variação cambial, pois o atrelamento da importação ao dólar ou ao euro se mostra uma bomba-relógio. Por outro lado, a exportação, para quem pode fazê-la, representa uma vantagem para a indústria inserida no mercado internacional, como atividade muito rentável que deverá ser fomentada na retomada desta crise.

Se uma indústria mantém uma cadeia de fornecedores bem consolidada, e tem insumos em estoque, é possível continuar atendendo seus clientes em curto espaço de tempo e sem consideráveis variações de preço. Uma grande economia em meio à crise.

Atualmente gerencio as vendas da área industrial de uma fabricante de válvulas e percebo que, o fato de produzir no Brasil diafragmas de vedação com capacidade de exportação para diferentes países, tem sido uma vantagem. Mesmo em meio à incerteza nacional, surge a possibilidade de ampliar as vendas externas, o que poderia até mesmo acarretar novas contratações.

Quando uma indústria importa um insumo, está à mercê de inúmeras variáveis – até mesmo roubo de cargas já negociadas, como temos visto ultimamente, no que foi classificado como “pirataria moderna”. Ao investir na nacionalização desse produto, é possível até mesmo customizar o insumo, de forma a atender melhor o cliente em sua aplicação específica.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem chancelado essa tendência, ao afirmar que a nacionalização, que já foi encarada como medida protecionista no passado, hoje é uma importante política industrial para o país: incorporar tecnologias, desenvolver e inovar em novos produtos e modelos de negócio, além de diversificar para setores e atividades com maior valor agregado.

A dica seria usar ao máximo o produto Made in Brazil, tentar exportar o que for possível e substituir importações quando cabível. Esse investimento consistente será uma tábua de salvação para a economia do país – mas ele requer coragem e decisões de longo prazo.

 

*Mateus Souza é gerente geral de vendas da área industrial da GEMÜ Válvulas, Sistemas de Medição e Controle.

 

Sobre a GEMÜ – A filial da multinacional alemã criada por Fritz Müller na década de 1960 disponibiliza ao mercado brasileiro válvulas de extrema eficiência e qualidade. A planta situada em São José dos Pinhais (PR), que conta com 100 colaboradores e completa 40 anos em 2021, produz válvulas e acessórios para o tratamento de água e efluentes em indústrias de todas as áreas, como siderurgia, fertilizantes e setor automobilístico, bem como para integrar sistemas de geração de energia. Na área de PFB (farmacêutica, alimentícia e biotecnologia), a GEMÜ é líder mundial e vende para toda a América Latina produtos de alta precisão, com atendimento local, além de consultoria com profissionais capazes de orientar na escolha da melhor solução em válvulas para cada aplicação.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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