19 de abril de 2024

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Indústria reduz custo logístico em 10% com operação intermodal entre Santos e Jundiaí

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Transporte de produtos plásticos entre Manaus e Terminal Intermodal na Grande São Paulo utiliza navios, trens e caminhões

Em apenas três meses de operação, o Terminal Intermodal de Jundiaí (TIJU) já vem proporcionando ganhos logísticos expressivos para empresas da região. A Amcor, indústria de garrafas PET, reduziu em 10% seus custos de transporte entre o porto de Santos e sua fábrica de Jundiaí, desde que passou a utilizar a ferrovia da MRS e o pátio de armazenagem da Contrail Logística.

A operação logística da Amcor começa com a saída do produto semimanufaturado de sua unidade em Manaus. De lá, os tubos plásticos, que darão origem às garrafas, seguem via navegação de cabotagem até Santos. Após subir a Serra do Mar por ferrovia, os contêineres ficam estocados no TIJU, até que sejam solicitados pelo cliente.

“Contar com um terminal em Jundiaí nos permite levar a carga para a nossa fábrica quase como um just in time. No momento em que preciso, peço para entregar o produto. Assim, não preciso manter um estoque tão grande na entrada da linha de produção”, conta Sonia Pedroni, diretora de Supply Chain da Amcor.

A executiva lista os ganhos obtidos com a operação intermodal. “Se considerarmos o custo de combustível no transporte rodoviário, mais pedágios e manutenções, a ferrovia é muito mais barata. Nós encontramos uma oportunidade de redução de custo, neste trecho de Santos a Jundiaí, da ordem de 10%, podendo chegar a 40%, quando a operação estiver estabilizada, com outras sinergias que estamos buscando”, revela.

Sonia Pedroni destaca ainda o transit time desta operação. “O serviço tem sido muito bom. Não perdemos nada em termos de tempo de transporte de Santos a Jundiaí. Hoje se faz em um dia, o que não é nenhum problema para nós”, avalia.

Segurança e sustentabilidade

O gerente comercial da MRS, Rodrigo Carneiro, menciona outros ganhos proporcionados pela ferrovia. “Há a vantagem da segurança operacional. A ferrovia tem índices praticamente nulos de roubo de cargas. Outro benefício é acessar o porto sem filas.  Além disso, a emissão de poluentes é menor. Tudo isso acaba culminando em um pacote de custo reduzido na ferrovia”, afirma.

Já Rodrigo Paixão, CEO da Contrail Logística, operadora responsável pelo TIJU, cita outro componente importante: “A confiabilidade. Temos horário certo para chegar e para sair do porto”, ressalta.

Expectativas superadas

Paixão também apresenta números positivos do TIJU nestes três meses iniciais. “O terminal já tem um volume 50% superior ao previsto no início do projeto. Até junho ou julho, devemos receber um trem por dia. E até o fim do ano, o movimento deve ser três ou quatro vezes maior que o estimado”, acredita.

O executivo relata os sinais que fundamentam suas estimativas. “A região é carente desse tipo de solução e Jundiaí tem uma vocação ferroviária. Temos recebido visitas frequentes de empresas em busca destas operações, o que nos deixa muito otimistas”, afirma.

Vantagens logísticas

O Terminal Intermodal de Jundiaí entrou em atividade no final de dezembro. Em uma área de 75 mil metros quadrados, o empreendimento da Contrail oferece uma solução mais eficiente e competitiva para exportações, importações e logística doméstica, via ferrovia da MRS, até o Porto de Santos.  A capacidade estimada de movimentação do terminal e de 70 mil contêineres por ano.

Sobre a Contrail

A Contrail Logística S.A. foi criada em 2010, pela EDLP (Estação da Luz Participações), oferecendo uma solução logística para o transporte de contêineres, via ferrovia, na região mais desenvolvida do país. Depois, BTG Pactual e Eurogate entraram como sócias da Contrail, trazendo mais solidez financeira e operacional.

A Contrail implantou o primeiro hub intermodal do Brasil, o TIPS (Terminal Intermodal Porto de Santos), com 300 mil metros quadrados de área, capacidade para movimentar até 1 milhão de TEUs por ano e atuando no transporte multimodal de contêineres entre o Porto de Santos e as regiões de Campinas e Vale do Paraíba.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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