28 de março de 2024

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Harmonização e Preenchimento facial podem levar à perda da visão?

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Foto: MF Press Global 

A harmonização facial e as técnicas de preenchimento usadas para procedimentos estéticos tem sido um assunto muito falado. No entanto, o que seria sonho de consumo de alguns pode ter como resultado alguns efeitos colaterais nada desejados, como a perda da visão, o que tem trazido certo pavor para aqueles que pensam em recorrer a esta técnica.

Nos últimos 5 anos, houve aumento expressivo da procura por estes procedimentos estéticos no Brasil. A busca por preenchimento facial quadruplicou no Brasil, passando de 72 mil para 276 mil ao ano, uma média de 31,5 procedimentos por hora.


Principais efeitos colaterais dos preenchimentos

O Dr. Gustavo Issas, dentista especialista em implantodontia e procedimentos faciais, revela que estes procedimentos são minimamente invasivos, mas que também apresentam riscos: “a maioria dos procedimentos são realizados de forma segura e efetiva, com poucos ou nenhum efeito colateral. Mesmo assim, com o aumento da popularidade, também pode subir o número de complicações. A cegueira é uma complicação extremamente rara destes procedimentos, que foi mais notificada nos últimos anos. Casos analisados entre 1° de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2016 mostraram que foram identificados 1.748 casos adversos devido ao preenchimento e nove processos. As complicações mais comuns foram: inchaço, infecção, presença de nódulo ou caroço e dor, sendo a mais incomum a perda da visão”.

Pesquisadores apontam que 43% dos casos de complicações decorrentes de preenchimentos faciais foram provenientes de injeções nas bochechas e 30% nos lábios. Casos como cegueira, foram associados a apenas 6 procedimentos, a maioria destes realizados no nariz, sem a necessidade de cirurgia. Uma pesquisa realizada em 2017, mostrou que apenas cerca de 50 casos de cegueira após injeções estéticas faciais foram relatados até hoje no mundo inteiro.

Para a pesquisa que relata reações adversas de preenchimentos faciais, foram analisados relatos disponíveis nos órgãos de Defesa do Consumidor, assim como dos serviços de atendimento ao cliente dos fabricantes e da FDA, agência americana que regula alimentos e medicamentos, entre 1° de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2016, além de dados Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, para estimar o número total de injeções de preenchimento realizadas durante esse período, comparando com os registros judiciais relacionados a problemas com preenchimentos a partir da base de dados Westlaw Next Database.

Necrose da pele

O especialista aponta que o uso incorreto das agulhas para preenchimento também pode acarretar em efeitos colaterais indesejados como necrose da pele: “A necrose pode ocorrer por compressão ou lesão vascular. A asa nasal é a segunda área com maior risco de necrose por oclusão da artéria angular e também por apresentar circulação colateral restrita para suprir a isquemia. No sulco nasolabial pode ocorrer necrose cutânea por compressão dos vasos dérmicos, porém é mais rara. As duas principais causas dessa complicação são embolização ou compressão da artéria devidas à grande quantidade de produto injetado e, possivelmente, técnica intempestiva, além do uso de agulhas não apropriadas para a aplicação de preenchimento nesta região”.

O Dentista como profissional adequado para procedimentos faciais

Hoje, muitos dos profissionais que realizam preenchimento e harmonização facial são dentistas, que fizeram alguma especialização nesta área. O Dr. Gustavo Issas aponta o porquê dos dentistas serem habilitados para realizar estes procedimentos: “Temos um conhecimento com a delicadeza da boca, uso de anestésico tópico, enquanto outros profissionais não têm os objetos adequados, a delicadeza como nós dentistas. Estamos acostumados a avaliar a proporção da face, através dos traços e uma tabela numérica mostra o que está na posição correta, lidamos sempre com proporções e temos profundo conhecimento da anatomia orofacial”.

 

 

 

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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