18 de abril de 2024

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Gerando Vidas: Fertilização in Vitro (FIV)

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Com a facilidade progressiva ao acesso aos tratamentos de Fertilização in Vitro, muitos casais buscam mais informações sobre esta técnica. O Dr. Davi Buttros explica alguns detalhes técnicos importantes para a compreensão deste interessante tratamento.

 

FERTILIZAÇÃO IN VITRO (FIV)

A Fertilização in Vitro é o tratamento que traz os melhores resultados em Reprodução Assistida. Milhares de casais que antes não poderiam engravidar, hoje veem nesta técnica a esperança de ter um filho.  Apesar da crescente popularização, muitas pessoas ainda desconhecem esta possibilidade terapêutica ou fantasiam mitos sobre a sua forma de execução.

Na gravidez natural a fecundação do óvulo pelo espermatozoide ocorre nas trompas e o embrião formado segue para o útero da mulher. Na FIV a  fecundação é realizada em laboratório especializado e o embrião pronto é transferido para dentro do útero. Podemos dizer que “mudamos o caminho” para a gestação.

O primeiro passo do tratamento é a estimulação do ovário para a  produção dos óvulos. Para isso, utilizamos alguns medicamentos por mais ou menos 14 dias que estimulam o ovário a produzir um número maior de óvulos naquele mês. Quando estes estão maduros é realizada a coleta. Não há necessidade de cortes ou cirurgias. Com a paciente anestesiada, utilizamos uma fina agulha, guiada pelo ultrassom transvaginal, capaz de aspirá-los.  Neste mesmo momento é realizada a coleta dos espermatozoides pelo marido semelhante à realização de um espermograma.

Após a coleta dos gametas a equipe de embriologia realiza a fertilização propriamente dita. Esta pode ser realizada pela técnica de FIV em que os espermatozoides são colocados ao redor dos óvulos e a fertilização ocorre naturalmente; ou pela técnica de ICSI, em que o espermatozoide é injetado diretamente dentro do óvulo com o auxílio de uma agulha.

Após fertilização são formados os embriões. Ainda no laboratório eles são observados por 2 a 5 dias e os melhores são selecionados  para serem transferidos ao útero. A transferência é um procedimento muito tranquilo. Utilizamos um fino cateter contendo os embriões em sua ponta. O desconforto não é maior do que em exame ginecológico.

A partir daí entramos na etapa mais difícil: esperar o resultado. São 12 dias intermináveis sonhando com o positivo. Dependemos ainda de uma boa qualidade genética e adaptativa do embrião dentro do útero para que ele cresça e seja capaz de gerar um bebê. São por estas angústias do resultado que o acompanhamento ao casal envolve muito mais do que os aspectos físicos. O amparo emocional tem igual importância na assistência humanizada do tratamento.

 

 

Dr. Davi Buttros – Médico Especialista em Reprodução Humana. Formado pela PUC-SP, residência e mestrado pela UNESP-BOTUCATU. Aprimoramento em Reprodução Assistida na Universidade de Harvard-EUA e no Fertility Center Hamburg – Alemanha

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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