29 de março de 2024

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Futuro reserva novidades para o tratamento e combate ao câncer de próstata

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É o que aponta estudos divulgados no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica realizado na Alemanha. Possibilidade de mudança na prática clínica oncológica no tratamento do tumor foi destaque

Serão 68 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil entre 2018 e 2019. Dos 68 mil pais de família, tios, irmãos, avôs, colegas de trabalho, que serão diagnosticados pela doença, 13.772 vão falecer em decorrência da doença, de acordo com as estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Para tratar este tipo de tumor mais comum entre homens, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma, os novos estudos que foram apresentados no congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica em Munique, na Alemanha, no mês passado, trazem novidades que podem mudar a prática médica atual no tratamento da doença.

“As evidências mais importantes surgiram a partir de um estudo que avaliou o uso de radioterapia para tratamento local, da próstata, em pacientes que já apresentavam disseminação a distância, com metástases ao diagnóstico. Habitualmente, estes pacientes, já com a doença considerada incurável, recebem apenas tratamento com hormonioterapia. Realizado com 2 mil pacientes, o estudo demonstrou que, em um grupo de pacientes com um número pequeno de metástases, a radioterapia foi capaz não só de atrasar a evolução da doença como também de aumentar a expectativa de vida”, explica o oncologista André Deeke Sasse que esteve presente no Congresso.

De acordo com o médico, que é professor de pós-graduação na Faculdade de Medicina da Unicamp, preceptor dos residentes de Oncologia Clínica do Hospital PUC-Campinas, membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), e fundador do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, além de se discutir sobre quimioterapia e hormonioterapia, os pacientes com doença avançada, também precisam falar com o médico sobre o tratamento local da próstata. “Importante pesar os riscos, os efeitos colaterais da radioterapia, com os benefícios esperados pelo tratamento. Mas a ideia de se tratar a origem da doença, a fonte das metástases, com radioterapia (ou mesmo cirurgia) ganha força”, conclui.

Segundo o especialista, outros estudos apresentados na Alemanha consolidaram o que os médicos já faziam na prática clínica. “Um deles confirmou que o uso de quimioterapia para câncer de próstata localizado não deve ser indicado, pois não aumenta as chances de cura e nem atrasa a ocorrência de metástases”, conta.

A nova terapia

Um dos destaques do congresso foi o estudo que evidenciou a utilização mais precoce de uma das novas hormonioterapias, a abiraterona, proporcionando melhor qualidade de vida associada à maior expectativa de vida dos pacientes com câncer de próstata. “Antes, se esperava o câncer ficar resistente a supressão convencional de hormônios. Hoje, sabe-se que o uso de medicação logo ao diagnóstico da doença avançada é melhor. Já a sua combinação (utilização concomitante) com novos tratamentos, como o Radium-223, não melhorou os resultados também. Assim, mantém-se a rotina atual, que é a utilização sequencial deles”, explica o oncologista.

Novembro Azul: Mês de Conscientização sobre o Câncer de Próstata

Novembro foi escolhido como mês oficial de conscientização sobre o câncer de próstata. Dia 17 é o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. O “Azul” veio da cor oficial usada como símbolo de combate à doença. Em 2003, surgiu na Austrália o movimento Movember — união das palavras em inglês Moustache (bigode) e November (novembro) —, quando homens deixaram crescer o bigode para chamar atenção à saúde masculina e fazer um alerta sobre o câncer de próstata. A campanha expandiu-se pelo mundo e inspirou o Novembro Azul, criado em 2011 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida para promover ações de esclarecimento sobre a doença no Brasil.

Sobre o Grupo SOnHe

O Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, é formado por oncologistas e hematologista que fazem o atendimento oncológico humanizado e multidisciplinar no Hospital Vera Cruz, Hospital Santa Tereza e Instituto do Radium, três importantes centros de tratamento de câncer em Campinas. A equipe oferece excelência no cuidado oncológico e na produção de conhecimento de forma ética, científica e humanitária, por meio de uma equipe inovadora e sempre comprometida com o ser humano. O SOnHe é formado pelos oncologistas: André Deeke Sasse, David Pinheiro Cunha, Vinicius Correa da Conceição, Vivian Castro Antunes de Vasconcelos, Adolfo Scherr, Rafael Luiz, Fernanda Proa Ferreira e Susana Ramalho.

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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