28 de março de 2024

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Estácio de Sá abre desfiles das escolas de samba do Grupo Especial, no Rio

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A Estácio de Sá será a primeira escola a entrar na avenida no domingo de carnaval e, com isso, abrirá os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial. Vencedora, no ano passado, da Série A, o antigo Grupo de Acesso, a Estácio voltou à elite do carnaval do Rio, onde já conquistou o campeonato em 1992, com o enredo Pauliceia Desvairada – 70 anos de Modernismo, dos carnavalescos Mario Monteiro e Chico Spinosa. Agora, no retorno à escola, foi Chiquinho, como é chamado, quem levou para a Estácio, a proposta do enredo que será desenvolvido na avenida em 2016:Salve Jorge! O Guerreiro na fé. O projeto partiu de uma pesquisa que ele fez durante cinco anos.

O enredo se baseia na trajetória de São Jorge e vai mostrar as passagens dele por diversos países, até chegar ao Brasil. “A gente vai da Capadócia ao Rio de Janeiro, mostrando quais foram os caminhos que São Jorge, o mártir cristão, percorreu, até se transformar em uma lenda e chegar a ser tão popular. É um viés cultural”, contou Tarcísio Zanon, que junto com Amauri Santos, completa o trio de carnavalescos da Estácio neste ano. Os dois foram campeões com a escola em 2015.

Destaques

A chegada do santo ao Rio de Janeiro está representada no enredo e vai destacar a inclusão dos negros na sociedade que, com a chegada de São Jorge, tiveram, pela primeira vez, a oportunidade de entrar em uma igreja. Nessa alegoria virá a atriz Maria Ceiça, que comemorou o convite para o desfile. “Que convite! Vai ser uma emoção quando o carro entrar na avenida e ver o público que sempre saúda a escola e com um enredo desse. Essa coisa fantástica da inclusão. O universo maior que se abre para nós. Representar isso é uma emoção. Esse enredo está no momento político muito importante, que é o momento da inclusão, de trazer a fé para cada um de nós e a questão histórica de mostrar a inclusão dos negros na igreja. Isso é uma coisa grandiosa demais”, contou a atriz.

Maria Ceiça lembrou que tem uma ligação forte com a escola porque em 1992, na novelaFelicidade, do autor Manoel Carlos, interpretou a personagem Tuquinha Batista, que era uma porta-bandeira. As gravações eram feitas na quadra da Estácio, onde recebeu aulas para aprender a dançar como uma profissional. “Eu tenho uma relação afetiva com a Estácio e que bom que estou voltando com este enredo maravilhoso”, comentou, recordando ainda que aquele foi o ano em que a escola conquistou o título na elite do carnaval carioca. “Estou torcendo de corpo e alma para que isso se repita, porque a Estácio merece”, completou.

Para fechar o desfile, a escola promete muita emoção. “Só no Brasil tem a lenda de que São Jorge mora na lua, então a gente traz uma lua de devoção a São Jorge. O carro é todo revestido de espelhos no conceito de refletir os devotos”, revelou Tarcísio, carnavalesco que está estreiando este ano no Grupo Especial. “É um trabalho feito com fé, com felicidade e a gente está vendo fluir”, apontou Tarcísio.

Preparação

Entre os materiais alternativos usados pelos carnavalescos está a palha de aço, que virou alegoria de cabeça de componentes da escola
Entre os materiais alternativos usados pelos carnavalescos está a palha de aço, que virou alegoria de cabeça de componentes da escolaCristina Índio do Brasil/Agência Brasil

O carnavalesco conta que a escola começou a se preparar e a comprar materias com bastante antecedência, o que foi uma vantagem, pois os comerciantes ainda estavam abastecidos, especialmente, de produtos que são importados da China. Com a alta do dólar, os preços dos produtos importados subiu. Além disso, os carnavalescos da Estácio usaram a criatividade e deram preferência a materiais alternativos nas alegorias e fantasias.

“A gente está usando plástico bolha, palha de aço, bucha, rolha. O que fez a gente conseguir chegar ao ponto de ter 90% da escola pronta, um mês antes do carnaval, foi o pensamento de economia no início do projeto e tudo que deu para aproveitar a gente aproveitou” , adiantou.

A Estácio de Sá é uma das escolas de samba mais antigas do Rio de Janeiro. Mas nem sempre foi conhecida assim, antes de receber este nome, em 1983, se chamava Unidos de São Carlos, fundada em 1955.

Agência Brasil

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