28 de março de 2024

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“Encontro Nacional de Romi-Isettas” acontece dia 03 de setembro em comemoração dos 60 anos

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ROMI-ISETTA COMEMORA 60 ANOS!

Muito à frente de seu tempo, motivo de orgulho e saudade, o econômico compacto de design moderno completa 60 anos.

Para marcar os 60 anos do primeiro carro de fabricação nacional, a Fundação Romi abre seu espaço para o “Encontro Nacional de Romi-Isettas”. O evento, aberto ao público e com entrada franca, acontece em 03 de setembro de 2016, a partir das 9h, no Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi, em Santa Bárbara d’Oeste.

“Esse é um momento importante pelo que o Romi-Isetta representa para todos nós, não apenas para Santa Bárbara d´Oeste, mas para o Brasil. O Romi-Isetta é o ícone que marca o início da indústria automobilística brasileira”, afirma o Superintendente da Fundação Romi, Vainer Penatti.

Os visitantes poderão prestigiar a exposição de exemplares originais do pequeno pioneiro além de terem a oportunidade de um contato direto com colecionadores de diversas partes do Brasil. Poderão, ainda, acompanhar a carreata de Isettas pelo centro da cidade de Santa Bárbara d´Oeste, aproveitar as apresentações culturais do Coral de alunos do Núcleo de Educação Integrada, da Orquestra Barbarense de Violas e do grupo barbarense de maracatu Baque de Santa. Divertir-se na feira gastronômica com os foodtrucks que estarão no estacionamento da Fundação Romi, na gincana que premiará, com um brasão de “honra ao mérito”, dentre outras categorias, os colecionadores mais altos, os mais velhos, a maior família dentro de um Romi-Isetta, etc.

Para diversão de todos, a Fundação Romi também organizou um espaço dedicado às crianças e produziu uma loja com uma série de souvenirs comemorativos dos 60 anos de lançamento do Romi-Isetta. O encontro tem entrada franca e sua programação se iniciará às 9h seguindo, até, às 16h com a entrega dos troféus comemorativos aos colecionadores e proprietários de Romi-Isettas presentes no evento.

Não bastassem todas essas atrações, os visitantes poderão ainda conhecer o contexto histórico do carro no espaço expositivo do CEDOC da Fundação Romi. O acervo do Romi-Isetta é parte da guarda permanente do Centro de Documentação Histórica da instituição, que detêm o mais relevante patrimônio do automóvel. São rafes, textos, imagens e publicações, documentadas e catalogadas, com boa parte delas disponíveis para consulta pública e gratuita, que retratam, em detalhes, a trajetória do carro criado pela Indústrias Romi com uma inovadora proposta de mobilidade urbana e eficiência energética.

NEI de Portas Abertas

Paralelo ao “Encontro Nacional de Romi-Isettas”, os visitantes também poderão prestigiar, no espaço da Fundação Romi, o evento “NEI de Portas Abertas”, a feira científica e de conhecimento do Núcleo de Educação Integrada. A 3ª edição da feira, que já soma mais de 1000 visitantes nas edições anteriores, funcionará das 9h às 12h. A entrada é franca e os participantes serão recebidos pelos próprios alunos e educadores do NEI, que os guiarão por um tour através dos espaços da escola e da Fundação Romi. A programação traz desde poesia e teatro, desafios matemáticos e de ciências, até apresentações de música e coro, expressão corporal, exposição de arte e experimentos robóticos.

Breve histórico do pequeno pioneiro

O Romi-Isetta, há 60 anos, foi o primeiro carro de passeio fabricado em série no Brasil. De características revolucionárias, compacto e super-econômico, tal como os últimos modelos dos dias atuais, o pequeno notável já fazia 25Km com 1 litro de gasolina. Pela primeira vez, via-se circular pelas ruas um carro que não era montado com componentes importados, mas sim, um automóvel realmente fabricado no Brasil.

Carlos Chiti, idealizador do projeto Romi-Isetta ao lado de Américo Emílio Romi, conheceu na Itália um carro que chamava a atenção de público e da imprensa mundial, o Iso Isetta, e percebeu que aquele conceito inteligente poderia representar uma revolução no mercado brasileiro de automóveis, pois finalmente inauguraria a era da indústria brasileira de automóveis, com carros genuinamente fabricados no país.

Até aquele momento, os automóveis vendidos no Brasil eram importados já prontos ou apenas montados nas operações das multinacionais, num sistema chamado CKD (Complete Knock-Down), ou seja, carros completamente desmontados, cujas peças eram produzidas fora do país e enviadas para serem montadas pelas multinacionais.

“Na verdade, nossa intenção era maior, era convencer a Iso a se associar a nós, investir conosco, montar aqui uma empresa capaz de produzir 50 mil carros por ano. Só que a Iso não tinha recursos: no pós-guerra, as companhias italianas estavam mal de caixa e não podiam investir fora do país, preocupadas em colocar ordem na casa, desarranjada com a guerra. Mas acreditávamos no mercado, no potencial, na marca, e em fabricarmos o primeiro carro brasileiro.” – revelou Carlos Chiti, naquela época.

No dia 30 de junho de 1956, um ano após a assinatura do contrato de direito de licença e aos royalties com a Iso, Emílio Romi, os filhos Giordano, Alvares, Romeu e, Carlos Chiti, vivenciaram o momento histórico: o primeiro exemplar do Romi-Isetta foi, enfim, exibido ao país através de uma transmissão ao vivo pela TV. As câmeras mostraram o carro número um circulando pelo pavilhão da Indústrias Romi, revelando a realidade que já era a indústria brasileira de automóveis. Entretanto, o lançamento oficial do Romi-Isetta ocorreu em dia 5 de setembro de 1956, com a realização de um marco: uma caravana com os primeiros 16 carros produzidos no Brasil, partiram da Rua Marquês de Itu, 133, no centro de São Paulo e passearam pela cidade.

O Romi-Isetta teve uma vida social intensa. Por suas características únicas, despertou o interesse de uma classe particularmente sensível ao novo e à moda: os artistas. O Brasil vivia o apogeu do cinema nacional, a idade de ouro da televisão, e o rádio vivia uma grande fase. Os artistas desses meios detinham grande popularidade, e eram importantes formadores de opinião. E muitos deles se tornaram proprietários de Romi-Isetta.

Suas notáveis características de estabilidade e comportamento levaram o Romi-Isetta às competições esportivas. Em 1954, a Iso inscreveu dois exemplares para participar da conhecida e dura prova italiana chamada Mille Miglia, que atravessava as regiões montanhosas da Itália. A notável média alcançada, de 79 km/h – apenas 6 km/h inferior à velocidade máxima do carro – foi mais elevada que a média obtida pelo vencedor da primeira edição da prova.

Em 1960 novos produtos na efervescente indústria brasileira traziam concorrência e frescor ao crescente mercado consumidor de automóveis. O país já contava, além da Romi, com modelos fabricados pela Vemag, Volkswagen, Simca, Willys, Toyota e FNM, numa indústria que alcançava crescente volume de produção local. Assim, com as evidentes qualidades do Romi-Isetta, ainda atuais, seu ciclo natural de vida se aproximava do fim. Deste modo, o Romi-Isetta teria sua produção planejada para até o início de 1961, com a formação de estoques suficientes para comercialização do modelo até o fim daquele ano. No dia 13 de abril de 1961, o último Romi-Isetta – um exemplar branco e amarelo-limão – deixou a linha de montagem.

Carlos Chiti fez, em 2006, uma panorâmica radiografando a experiência com o Romi-Isetta: “Tínhamos razão quando quisemos entrar na produção de automóveis, pensando num carro de modestas proporções e reduzido consumo de combustível. O que se vê hoje senão carros mais compactos e uma preocupação cada vez maior com a questão da gasolina, do petróleo, da busca de soluções alternativas? Cinquenta anos atrás, estávamos avançando no tempo.” O Romi-Isetta, afinal, entrava para a história brasileira como pioneiro de uma indústria que, em 1961, já havia redesenhado a paisagem brasileira.

 
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICA

O Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi é um espaço vivo de preservação da história, que além de resgatar todo o passado histórico de Santa Bárbara d’Oeste e região, atua na guarda, conservação e disponibilização do acervo da Fundação Romi e da Indústrias Romi – com destaque para o acervo do Romi-Isetta. Além de um espaço expositivo vivaz e dinâmico, o CEDOC realiza o projeto de Educação Patrimonial para crianças e jovens, realiza o Processamento Técnico de todos os documentos recebidos e ainda recebe exposições e palestras, promove visitas monitoradas e técnicas, oficinas de capacitação e experimentação. O CEDOC está localizada na Avenida João Ometto, 118, Jd. Panambi, em Santa Bárbara d´Oeste. (19) 3499-1558. www.fundacaoromi.org.br/cedoc.

FUNDAÇÃO ROMI

Criada em 1957, em Santa Bárbara d’Oeste, pelo casal Américo Emílio Romi e Olímpia Gelli Romi, a Fundação Romi tem como missão promover o desenvolvimento social e humano através da educação e cultura. Pioneira na promoção da comunidade regional e na realização de ações sociais, atende mais de 30 mil pessoas por ano por meio de seus quatro grandes eixos: o Centro de Vivências do Desenvolvimento Infantil (CEDIN), o Núcleo de Educação Integrada (NEI), Centro de Documentação Histórica (CEDOC) e a Estação Cultural (EC). Tendo como apoiadora a Indústrias Romi S.A., instituições governamentais e não governamentais e demais parceiros da iniciativa privada, a Fundação Romi objetiva, continuamente, atingir maior número de beneficiários por meio de suas áreas de atuação, seus programas e projetos. Av. Monte Castelo, 1095, Jd. Primavera – Santa Bárbara d’Oeste, SP. (19) 3499-1555. www.fundacaoromi.org.br

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