28 de março de 2024

SB24HORAS

Notícias na hora certa!

Em palestra a sindicalistas, Barjas Negri defende união da região para defender setor sucroacooleiro

Compartilhe essa notícia!

Ao abordar “Os Resultados do PIB e os Impactos na Economia Piracicaba e Região” a um grupo de sindicalistas, nesta manhã de sexta-feira, 10 de abril, o economista e ex-prefeito de Piracicaba, Barjas Negri, defendeu que toda região deva se unir para defender o setor sucroalcooleiro junto ao governo federal, uma vez que boa parte das indústrias são voltadas para este segmento e isso contribuiria para gerar empregos e renda nesta parte do Estado. A palestra foi uma iniciativa do da Regional da Força Sindical em Piracicaba e do Conespi (Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba) e aconteceu na sede da central, com a finalidade, como explica Fânio Luis Gomes, presidente do Conespi e coordenador da Força Sindical, de contribuir com as lideranças sindicais para que estejam preparadas para enfrentar os impactos da queda no nível de emprego nos mais diversos segmentos da economia.

Barjas Negri, que também já foi ministro de Saúde no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e é atualmente presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação no Estado de São Paulo, fez um histórico da economia brasileira, dizendo que no período das décadas de 30 a de 80, o PIB do País cresceu cerca de 7%, mas que desde esta época passou a crescer cerca de 2% ou menos, exceção 2007, que cresceu 4,5%, e que no ano passado, ficou em 0,1%, mostrando que o crescimento do Brasil não tem sido suficiente para atender as necessidades da população que, inclusive, está mais velha, prejudicando a geração de empregos.  Isso ocorre, segundo ele, porque os investimentos do governo têm ficado abaixo de 20%, quando o ideal era se investir cerca de 25% de tudo que se arrecada. “O restante tem ficado para custeio da máquina, o que é muito”, falou, defendendo a redução dos gastos públicos.

Também falou que aumentou o número de crianças estudando no ensino fundamental, atingindo cerca de 97% do total, mas que no ensino médio, há anos que apenas 54% dos jovens com idade entre 15 a 17 anos estudam, sendo que 1,5 milhões de jovens não trabalham e nem estudam. “Isso acaba provocando baixa produtividade no emprego”, ressaltou, prejudicando o Brasil na disputa com outros países.

Barjas Negri também diz que não é a crise internacional que tem prejudicado a economia brasileira, citando que apenas o Brasil, Argentina e Venezuela, na América do Sul, tem crescido pouco ou quase nada. No caso do Estado de São Paulo, que tem sua economia calcada na industrialização, os impactos com o  baixo crescimento, é sentido ainda mais. A economia paulista, no não passado, conforme a Fundação Seade, teve queda de 1,9%. Como a perspectiva é de que o PIB deste ano tenha queda entre 1% e 2%, a queda da economia paulista deverá ser muito maior ainda  na avaliação de  Barjas Negri. Isso, segundo ele, prejudica toda esta região do Estado, desde Americana até São Carlos, provocando desemprego, sendo que desde o ano de 2000 que a geração de emprego em Piracicaba era positiva – exceção foi o ano de 2009, com queda de 409 empregos — , mas que no ano passado contabilizou mais de 2900 demissões e isso acaba causando impacto na economia local. “Estamos a reboque de toda esta situação”, disse. Segundo ele, a situação só não é maior porque a Caterpillar, por exemplo, foi beneficiada com uma licitação de máquinas compradas pelo governo para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas que já foram entregues e somente a alta do dólar, que favorece as exportações podem atenuar esta situação, uma vez que a cidade tem vocação também para a exportação. “No entanto, outras moedas também foram desvalorizadas em relação ao dólar e não só o Real”, comentou, mostrando que a competitividade nas relações exteriores também acabam sendo ampliadas.

No caso de Piracicaba, na sua avaliação, juntamente com a cidade de Sertãozinho, tem um agravante a mais, uma vez que boa parte da economia é voltada para o setor sucroalcooleiro. Desde 2008, com a falta de investimento no setor sucroalcooleiro, apesar de o então presidente Lula, acompanhado da então ministra Dilma Rousseff, ter lançado na cidade, no ano de 2004 o Polo de Biocombustível, Barjas diz que nada foi feito e que 70 usinas foram fechadas ou se fundiram, prejudicando toda região.

Por isso, defende que prefeitos, deputados, movimento sindical, empresários e a população de toda região unam suas forças para pressionar o governo federal a rever sua posição para o setor sucroalcooleiro. “A elevação do percentual de álcool na gasolina é uma medida boa, mas ainda insuficiente para reaquecer o setor”, destacou. Também disse que a redução na liberação de recursos federais para programas e obras também devem contribuir para provocar demissões na região.

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
Compartilhe essa notícia!