A professora de Atendimento Educacional Especializado, (AEE), Fabrine Fernandes, do Pólo da Surdez da Rede Municipal de Ensino de Americana, vai apresentar o projeto de Classe Bilíngue no VIII Seminário Sobre Educação Sociocomunitária no Campus Maria Auxiliadora da Unisal, no dia 22 de setembro, às 14h30.
No inicio deste ano, a Secretaria de Educação de Americana disponibilizou a professora com especialização em surdez e dos aspectos que envolvem a cultura surda para desenvolver o trabalho com os três alunos surdos matriculados na Rede Municipal e a Classe bilíngue em uma das unidades escolares. “Trabalhamos a possibilidade, no início do ano, de implementar a classe bilíngue na Emef da Praia Azul, que tem um aluno surdo”, disse a Supervisora de Educação Especial, Rosemeire Abreu.
O Modelo de Classe Bilíngue, implementado dentro da sala de aula regular do aluno surdo, dispõe do apoio de intérprete de libras e do atendimento educacional especializado ministrado pela Professora Fabrine.
O atendimento educacional a este aluno acontece em dois momentos: A aprendizagem de libras e o atendimento da língua portuguesa, modalidade escrita, com base na gramática de libras. Neste sentido, considera-se a Libras como primeira língua e alfabetização na língua portuguesa dentro dos parâmetros de libras”, explicou Rosemeire.
O conhecimento de Libras é extensivo a todos os alunos que frequentam a sala de aula regular do aluno surdo, através da oficina desenvolvida semanalmente por Fabrine. Durante o intervalo da EMEF, acontece o “recreio dirigido”, onde a professora e a intérprete de libras desenvolvem jogos e brincadeiras utilizando libras e há a possibilidade de participação de todos os alunos da escola.
Além da EMEF, temos alunos surdos matriculados no Ciep São Vito e na Casa da Criança Jaguari, onde a professora Fabrine realiza orientações metodológicas e didáticas para as intérpretes de libras que atuam com essas crianças.
No seminário, a Professora Fabrine irá apresentar a implementação e a experiência com a Classe bilíngue na Emef da Praia Azul. “Ela irá abordar o trabalho da educação especial em surdez na Rede Municipal, trazendo visibilidade ao projeto e inspirando outros sistemas de ensino que poderão desenvolver um trabalho semelhante”, disse Rosemeire.
O projeto “Classe Bilíngue”, no entendimento de Rosemeire, oportuniza ao aluno um nível de comunicação mais efetiva com os colegas, com a comunidade escolar e com a própria família. O projeto também disponibiliza a oficina de libras para funcionários, serventes, cozinheiras e o pessoal administrativo, uma vez por semana, durante o horário de trabalho dos servidores.
A educação do aluno surdo, através da proposta bilíngue, prioriza o acesso da criança à sua Língua materna, sendo de preferência a vivência e aprendizagem desta, estimulada pelo contato com comunidade surda, da qual fará parte. Seu desenvolvimento na Língua materna é considerado primordial para o aprendizado da segunda Língua (língua oral), em sua forma escrita a ser aprendida na escola.
Segundo Fabrine, este trabalho visa lançar um novo olhar para os surdos, antes destinados ao campo da deficiência e reabilitação, mas agora, com a possibilidade de se diferenciar apenas pelas características linguísticas. Trata-se de um grupo, que inicialmente parece minoritário, mas que ainda assim possui os mesmos direitos que os demais a uma educação de qualidade.
Unidade de Imprensa