Vencedores foram anunciados em evento realizado ontem quinta-feira no auditório da Prefeitura
A Diretoria de Cultura e Turismo de Nova Odessa anunciou na noite desta quinta-feira, dia 31, os vencedores do projeto “Pé de Poesia”. Além de receberem seus prêmios, os poetas declamaram ao público suas obras. Em sua segunda edição, o concurso cultural contou com participação de 70 poetas profissionais e amadores de todo País.
Vencedor da categoria “Menores de 14 anos”, o estudante Luís Phelipe Lima dos Santos declamou ao público a poesia “Posso não ter algo”. A estudante Rafaela Cristina Figueiredo conquistou o segundo lugar com a poesia “Capitães de Areia” e também apresentou sua obra aos presentes. Já o terceiro lugar nesta categoria foi conquistado por Lucas Ricardo Luciani, com a obra “Contratempo de Pensar”.
Já na categoria “Maiores de 14 anos”, a grande vencedora foi Rosana Maria Cardelli Ferreira com a obra “Desabafo”. O segundo lugar ficou com José Martins de Bonfim, que declamou ao público sua poesia, intitulada “O Lixo”. Nívea Maria Pereira Putin ficou em terceiro lugar com “Eu vivi”.
Os primeiros colocados foram premiados com um tablet cada. Já os segundos e terceiros colocados receberam um HD externo e uma coleção de livros diversos, respectivamente.
“Chegamos ao final deste concurso muito orgulhosos, pois tivemos grande participação da sociedade. Quero parabenizar os vencedores pelas obras e agradecer a todos que apostaram em nosso projeto e inscreveram suas poesias”, disse o diretor de Cultura e Turismo Leonardo Blanco.
Segundo ele, as poesias vencedoras serão expostas nas repartições públicas como forma de divulgar as obras e seus autores e também inspirar as pessoas sobre diversos temas. “Vamos literalmente levar poesia às pessoas com a exposição destas obras”, afirmou.
O diretor lembrou que esta edição do “Pé de Poesia” contou com cerca de 70 inscrições, algumas de outras cidades e estados. “O que queremos com esta iniciativa é dar espaço e valorizar a arte poética, fomentando a cultura”, finalizou.
CONHEÇA OS POETAS E AS OBRAS VENCEDORAS
CATEGORIA “MENORES DE 14 ANOS”
1º Lugar “Posso não ter algo” De Luís Phelipe Lima dos Santos (pseudônimo: “Pitoquinho”)
Posso não ter um centavo no bolso, Mas tenho olhos, no rosto. No espelho a gente percebe, Que há gente como a gente.
Há palavras que nos fazem iguais, Dor, amor, Calor, esplendor No perfume de uma flor.
2º Lugar “Capitães de Areia” De Rafaela Cristina Figueiredo (pseudônimo: Rafinha 98)
Crianças abandonadas No princípio só meninos De pele escura ou clara Rostos magros e franzinos Com dentes amarelados Sorriem para o mundo A dor que senti na vida Já sentiram num segundo Numa única noite escura Num trapiche abandonado Os meninos estão rindo De suas mágoas do passado Professor lendo seu livro O Sem-pernas a cantar O Gato se arrumando Vai sair pra namorar A Dora chegou no cais Junto de seu irmão Avistou o Pedro Bala E para ele deu seu coração
3º Lugar “Contratempo de Pensar” De Lucas Ricardo Luciani (pseudônimo: MacBoy Robson Veganno)
Liberdade de pensamento Um poeta com tempo A luz da janela Traz memórias de momentos De quando o mundo era quieto e não um tormento
Os pensamentos pausam a cada ponto Ideias entram e outras somem Pessoas com pressa Atrapalham o fluxo dos sonhos
Prender um pensamento É não dar liberdade para um pássaro Quem nunca sonhou em voar? Então porque proibi-lo de voltar aos galhos?
Sentir-se preso É não conseguir pensar Em outra coisa que não seja Nas moedas de ouro Que o mundo vai te dar
Somos todos presos por algo Mas sabemos que ser livre nos permite sonhar O problema de voltar para realidade É que o tanto de números não nos deixar pensar Está tudo tão programado Que acabo calculando a equação para aprender a sonhar
CATEGORIA “MAIORES DE 14 ANOS”
1º Lugar “Desabafo” De Rosana Maria Cardelli Ferreira (pseudônimo: Doçura)
Num momento de tristeza Onde meu coração se cala Penetra dentro de mim Uma força que me abala. Vejo o mundo viver Mas eu continuo parada No meu íntimo há dor Mas eu continuo calada. Porque tantas injustiças Quantas coisas sem sentido Muitas vezes até penso Que tudo está perdido. Tão logo me vem uma força Indescritível lembrança Meu peito explode e grita Como se eu fosse criança. Desprezada e quase nada Se levanta em meu ser Em meio a tantas dúvidas Vem a necessidade de viver. Creio numa forte esperança Que existe uma Força Maior Que existe tempo pra tudo Que existe um tempo melhor.
2º Lugar “O Lixo” De José Martins de Bonfim (pseudônimo: Bonfim de SBO)
Depósito daquilo que alguém jogou fora Porque achou que já não prestava mais Morada de ratos, insetos e outros bichos É o próprio lixo, fétido e nojento Também um nicho de riqueza, Na esperteza e malandragem De quem está na outra ponta E aponta para a empresa pública Gestora dos restos putrefatos Que vale quanto pesa a balança Quando se quer que assim seja.
Lixo, luxo do catador, alimento, pão de cada dia De quem nele trabalha e nada tem Esperança de se garimpar entremeio a dejetos Em busca de um naco de comida Ou objetos que lhe sirva de ganho, ou troféu.
Quanta disparidade! Se comparado com a mesa farta da mansão Os primeiros saboreiam as melhores iguarias Enquanto outros se desnutrem Dos sobejos e rejeitos, acreditando que ainda estava bom.
Se todo o lixo doméstico fosse descartado num saco preto ou sacolinha. Levando em conta a lei da comparação Pela forma de embalar seu lixo Dá pra saber se o morador tem boa educação O lixo segue à frente das moradias É ali seu primeiro destino, uma lixeira ou latão, É triste ver aquilo quando é dividido e revirado Entre cachorros e seres humanos Numa procura faminta, feito separação de antemão
O lixo da consciência será compactado Devendo ser descartado sob vigilância ambiental Mas o caos da enchente continuará Enquanto depositarem lixo na rua Pra enxurrada entupir bueiros.
Gente reclamar da chuva É como a mão reclamar da luva! Ou o mamão reclamar da uva!
Sejam bem-vindos corvos ou urubus Aos parques e jardins de sua morada Nobres lixeiros desse universo Que no alento lento de suas revoadas Nos ensine a viver dignamente Entre bicho gente e lixo Nesse mundo adverso.
3º Lugar “Eu vivi” De Nívea Maria Pereira Putin (pseudônimo: Nima Luz)
Eu vivi! Eu nasci, cresci… Brinquei, pulei, sorri e chorei… Estudei, compartilhei, briguei, ganhei e perdi… Eu cresci… Entendi o que é o amor, de um pai e de uma mãe. De uma avó, de um avô, de uma irmã, de uma família cristã… Eu cresci… Joguei bola, pulei corda, brinquei de casinha, pulei amarelinha. Corri, me escondi… Eu me diverti… Eu cresci! Passeei, Viajei, namorei. Andei, corri, conheci coisas que nunca vi… Eu amadureci. O meu grande amor eu conheci. Casei, trabalhei, perdi e ganhei. Fui mãe de menino e menina, filhos presentes que a vida ilumina… Eu cresci… Lutei, busquei, conquistei. Sofri, sorri, chorei… Eu cresci… Conheci muita gente, perdi pessoas queridas, ganhei amizades divertidas… Eu vivi… Vivi intensamente, cada minuto, cada momento… Lembrando que a vida é linda mesmo com os sofrimentos. Em minhas tristezas, me tornei mais forte. Em minhas alegrias, me tornei solidária. Em minhas lutas, me tornei guerreira. Em minhas vitórias, inteira… Eu cresci… Eu vivi! Em tudo que vivi a Deus pedi Em tudo que vivi a Deus agradeci O presente da vida, jamais esqueci… Afinal… Eu vivi!
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