28 de março de 2024

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Cirurgias conservadoras predominam nos tratamentos de câncer de mama no Brasil

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Desde 2013 o número de procedimentos para retirada de tumores que mantém a mama é maior que o quantidade de cirurgias de remoção total do órgão
A série histórica de procedimentos cirúrgicos para tratamento de câncer de mama no Brasil mostra que as cirurgias que preservam parte da mama são mais realizadas do que os procedimentos de remoção do total do órgão.

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, entre 2013 e 2016, foram realizadas pelo Sistema Único de Saúde 46897 quadrantectomias e ressecções de nódulos não palpáveis (procedimentos conservadores) contra 35036 mastectomias (retirada da mama).  Até 2013 a proporção era inversa.

Na visão dos especialistas, esses números representam mais que uma comparação quantitativa entre os dois tipos de tratamento cirúrgico.  Uma análise mais ampla revela que as cirurgias estão sendo feitas na fase inicial dos tumores, fato que aumenta as chances de sucesso no tratamento. “Na hora de decidir qual o procedimento será realizado, o cirurgião avalia muitos fatores que incluem o tamanho e a localização da lesão, as características da mama, o quadro clínico e o histórico da paciente. Mas é possível afirmar que uma quantidade maior de cirurgias conservadoras está sim ligada ao fato de os tumores serem iniciais e consequentemente detectados precocemente”, observa Giuliano Noccioli Mendes, cirurgião oncológico especialista em mama e membro da Sociedade Brasileira de Cancerologia.

“Isso não quer dizer que todos os procedimentos de remoção de mama tenham sido realizados em pacientes com o câncer mais avançado. Há casos em que o médico pode ter indicado por ser mais adequado e há outros em que as mulheres podem ter optado por remover a mama inteira mesmo tendo descoberto o tumor com antecedência”, ressalta Mendes.

Diferença entre as cirurgias

O tratamento de câncer de mama obedece a protocolos técnicos que combinam procedimentos cirúrgicos com terapias complementares como a radioterapia e a quimioterapia. A decisão de qual abordagem cirúrgica é a mais indicada é definida pelo cirurgião oncologista e compartilhada com a paciente.

A quadrantectomia ou ressecção segmentar é indicada para carcinomas com até 3 cm. Nesse tipo de procedimento, o tumor é retirado com uma margem de tecido adjacente saudável, mas a maior parte da mama é mantida. “Essa margem é um tipo de precaução para certificar que não há resquícios do tumor no restante da mama. Para isso contamos com a ajuda de um patologista que analisa esse tecido ”, esclarece Mendes.

A mastectomia é mais agressiva porque a mama é retirada totalmente, incluindo mamilos, auréola e pele. Geralmente é realizada quando a paciente apresenta tumores extensos.

Retirada dos linfonodos

Durante a cirurgia de remoção de um tumor o cirurgião pode retirar linfonodos ou gânglios linfáticos localizados nas axilas. O linfonodo contém células do sistema imunológico, cuja análise no microscópio possibilita identificar o estadiamento da doença. Segundo informações do Sistema Único de Saúde, 88% das mastectomias realizadas entre 2010 e 2016 foram feitas com retirada de linfonodos auxiliares.

Cirurgia de câncer de mama avançado

Quando o câncer de mama apresenta forma avançada, o objetivo da cirurgia deixa de ser a cura e passa a ter como foco a redução de danos à paciente.  Aliviar dores ou a retirada de tumores que estão comprimindo outros órgãos são exemplos de situações que levam à cirurgia nesse estágio.

Reconstrução mamária

Como o próprio nome sugere, a reconstrução mamaria é uma cirurgia plástica para que a mama volte a ter um aspecto estético mais próximo possível de como era antes de uma quadrantectomia ou mastectomia. Ela pode ser feita no momento da cirurgia para retirada do tumor ou em outra intervenção específica.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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