29 de março de 2024

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Cemitério dos Americanos comemora 150 anos

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O Cemitério do Campo, localizado na cidade de Santa Bárbara d’Oeste comemora no dia 13 de julho de 2018, 150 anos desde a sua fundação. Ele é um marco vivo da única imigração em massa de estadunidenses para o Brasil e possui um valor histórico incalculável para a sociedade brasileira e para a nossa região. Lá estão enterradas pessoas que contribuíram significativamente para o progresso econômico, social e educacional do Brasil, cujos resultados são colhidos até os dias de hoje.

A origem do Cemitério do Campo está atrelada com a imigração estadunidense promovida pelo governo monárquico brasileiro após a Guerra da Secessão nos Estados Unidos da América. Dentre os primeiros imigrantes a chegarem no Brasil, em meados 1865, está o Coronel Asa Thompson Oliver, oriundo do condado de Waller, Estado do Texas. Após alguns meses visitando alguns estados brasileiros, o Coronel Oliver adquiriu uma fazenda na região da cidade de Santa Bárbara d’Oeste conhecido até como “Campo” e enviou correspondência para sua esposa Beatrice para que imigrasse com a família para o Brasil. Em 1867, durante a viagem para o Brasil a Sra. Beatrice contraiu tuberculose vindo a falecer em 13 de julho de 1868 na fazenda do Campo. Para a surpresa do Col. Oliver, o padre da cidade não permitiu o enterro da Sra. Oliver no cemitério municipal, que era de propriedade da Igreja Católica, pois a família não era católica e sim protestante. Sem alternativas, o Col. Oliver decidiu enterrá-la na própria fazenda. Sendo assim, o túmulo de sua esposa se tornou a primeira sepultura do local que tornaria-se o que é hoje o Cemitério do Campo. Dois anos depois, a tuberculose consome a vida da filha mais velha do casal e em 19 de abril de 1869, ela é enterrada ao lado da mãe. Contudo, é com o falecimento do pequeno Henry Bankston em 07 de julho de 1869, o qual também não pode ser enterrado no cemitério municipal, faz com que seus pais, imigrantes estadunidenses residentes na região, solicitem ao Col. Oliver a destinação da área para a criação de um cemitério. Assim, nascia o Cemitério do Campo, também conhecido como Cemitério dos Americanos.

Entre os anos de 1875 a 1954, foi a família Bookwalter a responsável pela manutenção do local. Em 1º de agosto de 1906, o então intendente municipal Thomas Alonso Keese, publica a Lei Municipal nº 57, regulamentando o Cemitério do Campo. Em 1954, é fundada a Fraternidade Descendência Americana (FDA) que assume a responsabilidade de manutenção de toda área do Cemitério do Campo. Em 1983, Ross Emory Pyles e sua esposa Maria Helena Oliveira Pyles, doam a área do cemitério para a FDA.

O Cemitério do Campo é o local onde se consolidou a 1ª Igreja Batista do Brasil (10/09/1871),  a 1ª Igreja Metodista do Brasil (20/08/1871) e a 1ª Igreja Presbiteriana da Junta de Missões dos Estados Sulistas dos EUA no Brasil (26/06/1870). Lá estão enterradas personalidades importantes de imigração, como Col. William H. Norris, responsável pelo agrupamento na região da cidade de Americana; José Witaker, que introduziu o cultivo da melância da variedade Cascavel da Georgia; Dr. Cícero Jones e Dr. Roberto Cícero Norris, renomados médicos da nossa região da época e Jonh Dunn, o 1º fabricante e importador de implementos agrícolas.

Há também ilustres desconhecidos que, diretamente ou indiretamente, contribuíram para a criação e desenvolvimento de escolas no estilo do padrão americano como a Universidade Mackenzie, o Colégio Piracicabano e UNIMEP, a Universidade Federal de Lavras; as indústrias locais, como a indústria Têxtil Carioba, as Indústrias Romi, Nardini, Sans, entre tantas outras, como por exemplo, a estação de trem de Americana.

Hoje em dia, o Cemitério do Campo é um local de visitação de turistas e estudantes do Brasil e do mundo, que desejam conhecer um pouco mais sobre o legado da única emigração da história dos EUA. Anualmente, a Fraternidade Descendência Americana realiza a Festa Confederada no local, preservando e divulgando a cultura estadunidense para milhares de visitantes.

Símbolo de um período, o Cemitério do Campo conecta o passado ao presente e fornece subsídios para a construção de um futuro melhor para todos! Caso tenha interesse em visitar o Cemitério do Campo, entre em contato com a FDA pelo telefone (19) 3629-1800.

 

Fotos: João Leopoldo Padoveze

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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