28 de março de 2024

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Calor esgota estoques de água mineral e ventilador, que já tem fila de espera

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Temperaturas bateram recorde neste verão; praia é opção para quem tenta se refrescar

Distribuidores reclamam que mal conseguem entregar os produtos na velocidade exigida e culpam fornecedores por atrasos de uma semana

O calor atípico deste verão está forçando segmentos do comércio a disputar uma maratona para atender a clientela ávida por se refrescar. Sem estoque, distribuidores de água mineral reclamam que mal conseguem dar conta do que sobra para entregar, ao passo que redes de varejo já fazem lista de espera para vender ventilador, esgotado das prateleiras.

Para não deixar os clientes na mão, o comerciante José Genival dos Santos, dono da Adega Vita, na região central de São Paulo, conta que precisou rebolar. O empresário comprou galões por R$ 11,50 no atacado e vendeu por R$ 9, preço normal de venda para o consumidor, para conseguir atender aos pedidos.

Thinkstock/Getty Images

Faturamento quadruplica para distribuidores de água engarrafada em verões atípicos

Mesmo assim, teve de tirar o telefone do gancho a partir das 14 horas nas últimas semanas, porque não tinha mais estoque. Sorte dele é que os outros seis concorrentes da região estão com o mesmo problema. Apesar de ter de se desdobrar, o distribuidor diz não ter prejuízo.

“A demanda por água aumentou 500% nesse verão e o faturamento deve quadruplicar”, conta Santos. O cliente que tiver sorte e paciência de esperar consegue receber a água mineral quatro horas após o pedido. Em outras épocas do ano, o tempo de entrega não ultrapassa 30 minutos, segundo o dono da Adega Vita.

O problema não está só na entrega ao consumidor final. Comerciantes culpam os fornecedores e fabricantes de água engarrafada pelo atraso na entrega dos produtos.

Na distribuidora Pirâmides Água Azul, no Ipiranga, zona sul de São Paulo, alguns fornecedores atrasaram a distribuição em mais de uma semana. Nestlé e Bonafont são as marcas com maior escassez de estoque, segundo a atendente da loja. “Os pedidos aumentaram em torno de 50% nessa época do ano”, calcula.

A Bonafont informou, por meio de seu serviço de atendimento ao consumidor, que alguns pontos de venda não foram abastecidos no País devido a um período de manutenção de sua estrutura, mas seriam problemas pontuais em algumas regiões.

Já a assessoria de imprensa da Nestlé informou, em nota, que a distribuição de água transcorre normalmente e garantiu que a marca está preparada para atender aos clientes. “Todo o planejamento anual já considera o aumento de demanda que ocorre nesta época no ano”.

Mas os comerciantes relatam que este verão tem sido muito diferente dos anteriores. “Só tive problema parecido em 2007 e 2004. Nos anos passado e retrasado não fez tanto calor e as vendas foram mais fracas”, conta Santos.

A restrição nos horários dos caminhões em São Paulo, proibidos de descarregar mercadorias das 5h às 21h, é outro agravante na distribuição, comenta o comerciante da Adega Vita. “Eles não têm tempo de terminar o serviço em todos os pontos e são obrigados a voltar no dia seguinte. Isso afeta a nossa entrega”.

Mesmo que os caminhões conseguissem entregar todos os pedidos no prazo combinado, outro problema seria a falta de espaço para estocar a quantidade de água que os consumidores estão exigindo, completa o empresário.

Os galões de 10 e 20 litros, e as garrafas de 1,5 litro são os que mais estão em falta, de acordo com os distribuidores consultados. Os preços do 1,5 litro das marcas populares variam entre R$ 1,70 a R$ 3. Já marcas importadas como a francesa Perrier chegam a custar R$ 8 a garrafa de 750 ml.

Com 400 marcas, o mercado de água engarrafada produziu 11 bilhões de litros no ano passado, segundo a Abinam (Associação Brasileira da Indústria de Água Mineral ). Em 2014, a entidade espera um crescimento de 35% nas vendas.

Precisa de ventilador? Entre na fila de espera

O estoque de ventiladores e de aparelhos de ar condicionado também estava crítico em conhecidos pontos de venda físicos no último domingo (9).

 

Comerciantes responsabilizam os fabricantes de não conseguirem repor os produtos na velocidade com que somem das prateleiras.

Em uma unidade da Fast Shop, na zona sul de São Paulo, não havia opção de ventilador nem ar condicionado. As 200 peças da Arno no modelo de torre, vendidas a R$ 379, se esgotaram duas horas depois de chegarem à loja, informou o vendedor. “Você pode fazer uma reserva para ver se chega na próxima semana. Já tem fila de espera”, disse.

Na Telhanorte, só sobraram as etiquetas com os preços na sessão de circuladores de ar. Em um canto, poucas unidades do ventilador Ventisol, ofertado por R$ 86,90, única marca disponível, e ventiladores de teto. Não havia nenhum vestígio de ar condicionado. “Acabou tudo e não tem previsão de quando vai chegar mais”, informou o vendedor.

A marca Ventisol também foi a opção nas Lojas Americanas do shopping Morumbi. Mas nada de ar condicionado. No Ponto Frio do mesmo centro de compras, a atendente informou que o estoque acabou há vários dias e também não havia previsão de quando chegariam novas unidades.

 

Fonte: IG

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