Que as redes sociais são os maiores meios de comunicação atualmente, isso não se pode negar. Uma postagem pode te trazer fama em minutos, mas também pode destruir a vida e reputação de pessoas com a mesma velocidade.
A distorção de valores é muito grande. Hoje todos são repórteres, todos julgam e condenam sem saber realmente os fatos, apenas registram tudo com celulares, reproduzem nas redes e deixam “o circo pegar fogo”. Esses celulares podem ser armas mais letais que um revólver.
Casos, como o do motorista que atropelou skatistas em São Paulo. Um primeiro vídeo postado, e todos já apedrejaram o motorista, divulgaram dados pessoais na internet, milhares de ofensas. Depois outros vídeos foram aparecendo e uma nova história surgiu. E aí quem é culpado nesse capítulo? O motorista que atropelou, o skatista que correu atrás do carro para agredir ou quem postou o vídeo sem ao menos saber o que realmente aconteceu?
Não conseguimos viver sem a internet, sem a comunicação rápida e eficaz que ela traz, mas até que ponto somos manipulados e conduzidos por ela?
O seu direito vai até onde começa o direito do próximo. Você é a vítima, o culpado, o advogado, o juiz e até Deus nas redes, sem ao menos precisar mostrar a cara. Aí é muito fácil bancar o herói, o justiceiro.
Hoje a realidade e a verdade só são vistas do nosso ponto, só importando nossa opinião e nosso modo de pensar. A vida, a reputação, a família do próximo pouco importa se um post tiver milhares de likes e se ganharmos alguns minutos de atenção e visibilidade.
Por Carlos Sisdelli – Jornalista