28 de março de 2024

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Artigo: O medo nosso de cada dia! – por Eline Rasera

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Medo – situação de ameaça, desespero, de perda de controle, e quando em excesso, o corpo pode sinalizar problemas com falta de ar, taquicardia, suor frio entre vários outros.

Cada indivíduo responde aos eventos da vida de uma maneira única, porém os sintomas físicos são iguais para todos os humanos (alterando a intensidade). Dependendo da história e dos padrões mentais definidos, cada pessoa apresenta maior ou menor tolerância às situações de stress.

E por falar em situações de stress, parece que estamos numa fase em que exemplos não faltam. No mundo, as guerras nos deixam incrédulos diante da humanidade, as mudanças da natureza respondendo ao ato insano do ser humano quanto à sua preservação, e em vários países, principalmente no nosso, atitudes, no mínimo duvidosas, com “desgovernos” que refletem diretamente no bolso e na saúde dos cidadãos.

Sim, principalmente na saúde. O número de casos de pessoas com depressão tem aumentado muito, assim como é significativo o aumento da chamada Síndrome do Pânico – “crise de ansiedade aguda e intensa, com duração de 15 a 30 minutos e manifestações físicas” – Luiz Vicente de Mello – psiquiatra. E pior que tudo, esse número parece incluir jovens que deveriam estar construindo a vida e se divertindo com ela. No entanto, surgem “aos montes” no consultório com sintomas que, se não caracterizam a síndrome, pelo menos evidenciam um ataque de pânico. Medo de tomar decisões e errar, querem vivenciar novas experiências, mas têm receio de perder o emprego, jovens perto de realizarem o sonho profissional, pensando em desistir para não comprometer a segurança, afinal, é assim que “pagamos” a vida e sua manutenção.

Compreensível, muito compreensível. Mas se por um lado temos um cenário pra lá de pessimista em relação à economia, por outro temos a necessidade de crescer, aprender, construir um novo mundo. Viajar, sonhar com novas perspectivas, tomar decisões sem medo de errar, e se errar, recomeçar, mudar de área, de emprego, desviar a carreira para novas experiências mundo afora. Jovens desejosos dessa vida com temor de fazer qualquer coisa que comprometa seus futuros. E o futuro parece estagnado, preso a uma rotina de manutenção, sem desafios, sem criação e sem realização.

Mas embora seja esse o momento existente (cenário politico e social), sentir-se indignado diante das barbáries humanas, ler as noticias e, mais uma vez, um sentimento de impotência tomando conta do ser, e até mesmo diante das intempéries da natureza, “falando-nos” da sua escassez, ainda temos a capacidade de escolher, e isso, agora, é muito importante.

E quando escolhemos, escolhemos também as consequências. E quando assumimos as consequências, podemos escolher sem medo. E se tiver com medo, não mude, mas aceite a vida como ela é. Ponto final!

Uma vez ouvi de um “grande mestre” que o ser humano sofre principalmente porque cria conflitos. Sim, essa é a pior de todas as escolhas, ou seja, não escolher e viver desejando situações opostas, com forças divergentes. O corpo interpreta como situação de “Luta ou Fuga” e reage mobilizando todas as funções para responder a esse “perigo”. E assim, tendo esse padrão como comportamento habitual, pode instalar-se os sintomas relativos ao pânico.

Portanto, a palavra é “escolha”. Escolha não sofrer, escolha uma opção, escolha que pode errar e perder ou escolha não mudar. E aceite as consequências da escolha.

Simples? Sim e não. Depende do que quiser escolher.

 

Eline Rasera é psicóloga, pós-graduada em Recursos Humanos pela FGV; especialista em Psicologia Organizacional pelo CRP; mais de 25 anos de experiência em coordenação da área de Gestão de Pessoas; sócia diretora da Consultoria Anel Gestão de Pessoas; Coach pelo ICI- Integrated Coaching Institute e estudos pela Escola Europeia de Coaching – Lisboa; professora do curso de pós-graduação da IBE-FGV.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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