18 de abril de 2024

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Aprender um novo idioma traz benefícios para o cérebro

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Falar uma nova língua está diretamente ligado à saúde mental. Foto: Divulgação/Pixabay

O aprendizado de inglês, espanhol ou qualquer outra língua estrangeira é cada vez mais fundamental nos dias de hoje, seja para enriquecer o currículo e estar mais preparado para o mercado de trabalho, seja para abrir fronteiras e aproveitar melhor as viagens ao exterior e oportunidades de intercâmbio, além de proporcionar a comunicação com pessoas do mundo todo.

Porém, o que muitos não sabem é que esses não são os únicos benefícios de aprender um outro idioma. O sistema neurológico é um dos maiores beneficiários do processo de aprendizado, com pesquisas, estudos e bases científicas que comprovam o bom proveito que nosso cérebro tira quando estamos aprendendo uma nova língua.

Um dos benefícios é o avanço da capacidade de memorização. É o que concluiu um estudo realizado American Academy of Neuology (Academia Americana de Neurologia) em 2011. A pesquisa observou 230 homens e mulheres com idade média de 73 anos, que falaram ou falam de duas a sete línguas.

O resultado impressionou os pesquisadores. De todos os 230 participantes, apenas 44 relataram problemas cognitivos relacionados à memória. O restante do grupo (ou seja, mais de 80%) não apresentou nenhum tipo de problema ligado à capacidade de memorização, o que levou os cientistas a concluírem que pessoas que em algum momento da vida aprenderam algum outro idioma estão menos suscetíveis a esse risco.

O estudo foi além: os participantes que falavam pelo menos três línguas tinham três vezes menos probabilidade de ter problemas cognitivos em comparação com os bilíngues. “Aparentemente, falar mais de duas línguas tem um efeito protetor sobre a memória em idosos que praticam línguas estrangeiras ao longo da vida ou no momento do estudo. No entanto mais estudos são necessários para tentar confirmar essas descobertas e determinar se a proteção é limitada às habilidades de pensamento relacionadas à linguagem, ou se isso também se estende além disso e beneficia outras áreas da cognição”, explica Magali Perquin, autora do estudo.

Alzhemier e demência têm efeitos postergados

Aprendizado é um aliado na luta contra o Alzheimer. Foto: Divulgação/Pixabay

O aprendizado de uma nova língua também é importante aliado na prevenção ou tratamento de doenças neurológicos como o Mal de Alzhemier, por exemplo. É o que concluiu um estudo conduzido pela Universidade Vita-Salute San Rafaelle, da Itália, que fez a análise da massa cinzenta de 95 pacientes que apresentaram sintomas da doença, com 45 deles sendo poliglotas.

O diagnóstico definitivo da doença para aqueles que falavam mais de uma língua veio, em média, cinco anos mais tarde do que em os pacientes que falavam apenas uma língua. O resultado foi ainda mais positivo entre os participantes que praticavam um novo idioma desde a infância.

A explicação científica reside no fato de que os poliglotas precisam ativar menos regiões do cérebro para a realização de determinadas tarefas e conseguem manter o cérebro mais “jovem” por mais anos, conforme apontado por uma pesquisa conduzida pelo Instituto Universitário de Geriatria de Montreal, centro de estudo canadense que é referência no assunto.

Além disso, a quantidade de massa cinzenta é maior naqueles que falam mais de um idioma, o que está relacionado à aquisição de vocabulário, inerente ao aprendizado de qualquer língua. Esse fator tem influência direta na rapidez com que o cérebro humano executa tarefas do cotidiano e “prolonga” sua vida útil.

Resultados similares foram observados no que diz respeito à demência, ou seja, a disfunção de duas ou mais funções cerebrais. A American Academy of Neuology conduziu um estudo com mais de 600 pacientes, sendo 391 bilíngues ou poliglotas. A conclusão foi de que membros deste grupo desenvolveram a demência cerca de 4,5 anos mais tarde, em média.

Aprender novas línguas desde cedo pode prevenir doenças cognitivas. Foto: Divulgação/Pixabay

Tanto para o Alzhemier quanto para demência, um fator se mostrou crucial: a prática do novo idioma desde os primeiros momentos da vida, na infância. Este dado pode ser de extrema importância para as novas gerações, especialmente em um momento em que o acesso à informações e aprendizado de línguas é cada vez maior, com o adendo de novas tecnologias e diversas opções de cursos online voltados para as diferentes necessidades de cada um.

Outras vantagens de aprender novas línguas

O aprendizado de um novo idioma também está diretamente ligado à capacidade de tomada de decisões e de realização de mais de uma tarefa ao mesmo tempo pelo cérebro, o que tem relação com os estímulos cognitivos que estão relacionados ao processo.

Também há estudo que relaciona o aprendizado de um segundo idioma à percepção, poder de observação e foco, conforme observado pela Universidade de Pompeu Fabra, da Espanha. Participantes com nível mais avançado em uma outra língua mostraram maior capacidade em filtrar informações relevantes e apontar erros, por exemplo.

Se você estiver pensando em aprender uma nova língua para turbinar seu currículo, estudar no exterior ou simplesmente poder assistir àquela série da Netflix, saiba que existem muitos outros benefícios do ponto de vista de saúde. Seu cérebro agradece…

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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