18 de abril de 2024

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1ª etapa do CriAtividade e EA é concluída. Agora, projeto vai a campo

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‘Cardápio de aprendizagem’ é cocriado para construção de escolas e sociedades sustentáveis

 

Com todas as atividades socioambientais apresentadas por seus respectivos grupos ontem (11), no NEA (Núcleo de Educação Ambiental) de Piracicaba (SP), o Projeto CriAtividade e EA (Educação Ambiental) concluiu sua primeira etapa de trabalho. Agora, as propostas desenvolvidas coletivamente vão compor um cardápio de a prendizagem, que visa a construção de escolas e sociedades sustentáveis na região.

Com realização da Oca – Laboratório de Educação e Política Ambiental da Esalq/USP, Programa Ponte, IEMA (Instituto de Educação e Meio Ambiente) e Iandé, o projeto foi organizado em quatro encontros, de oito horas cada. Seu conteúdo estimulou a reflexão crítica e o diálogo em oficinas com metodologias participativas, sobre: construção de escolas e sociedades sustentáveis, temáticas problematizadoras socioambientais  – como agroecologia e consumo -, potencialidade de atividades artísticas, participação social e autoconhecimento.

“Esse quarto e último encontro focou na apresentação das atividades cocriadas e na celebração de todos os aprendizados. Foi um dia que fortalecemos a importância da postura lúdica e artística em processos educadores ambientalistas, tanto na teoria quanto na prática. Sete grupos apresentaram suas propostas para construção de escolas e sociedades sustentáveis em nossa região. Agora, o papel dos organizadores do projeto é revisá-las e sistematizá-las, bem como fazer uma publicação e disponibilizá-la para todos os interessados”, afirmou a representante da Oca, Rachel Trovarelli.

A presidente do IEMA, Ana Lúcia Maestrello, formatou o Projeto Literatura Socioambiental – premiado em âmbito nacional como Prática Significativa de EA – como atividade, só para integrar o cardápio de aprendizagem. “Também colocamos à disposição do CriAtividade nossos conhecimentos em Linguística e Comunicação Social, que colaboraram nos processos educativos e de divulgação dos trabalhos”, ressaltou Ana.

“Temos pensado demais, sentido pouco e agido cada vez menos. Nossa expressividade e capacidade criativa têm sido minadas pelos atuais modelos mentais, que já não servem para o mundo em que vivemos. Precisamos revelar nossa postura lúdica, que possibilita maior sensibilidade, improvisação e entrega para obras de impacto social e ambiental”, apontou a gestora da Iandé, Karine Faleiros, em sua palestra sobre “Arte, ludicidade e educação”, dessa quarta-feira.

As atividades do cardápio foram elaboradas por atores de redes estudantis, entidades, empresas, setor público e coletivos da sociedade civil. “Pretendemos contribuir com o empoderamento dos participantes. Essa foi só mais uma etapa de um longo e gratificante processo de transformação de espaços e relações, que propõe o campo da Educação Ambiental”, disse Rachel.

O 4º Encontro

A última edição do projeto também apresentou os critérios para publicação das atividades: possuir cunho socioambiental; promover a participação, autonomia, respeito e diversidade; não reproduzir preconceitos, violência, opressões e gestão autoritária. “Vale lembrar que os revisores têm autorização para fazer intervenções, comunicando os autores, que terão oportunidade de aprová-las”, informou Giuliana do Vale Milani, do Programa Ponte, que apresentou um modelo de cardápio, comparado ao menu de um restaurante, para o público.

“A atividade que criamos se chama ‘Os 4 elementos’, que trabalha com a alquimia que a natureza nos proporciona, para estimular a capacidade criativa dos alunos, num espaço que deve valorizar todas potencialidades de uma criança”, comentou o autônomo Charles Burse, recordando os momentos artísticos dos encontros anteriores: “já fomos recepcionados com música, depois contemplamos poesias e ainda dançamos juntos – tudo que nos agrada, mas, especialmente, às crianças”.

Professora da Rede Municipal de Ensino de Jundiaí (SP), Fernanda Bianchini Cezar cocriou o “Estamos Combinados”, que oferece atividades para o ambiente escolar, estimulando a participação coletiva. “Em oficinas, jogos, entre outros trabalhos de classe, será possível desenvolver a autonomia dos estudantes, para lidar com a indisciplina e o desinteresse de alguns deles pelas aulas”, explicou a educadora.

“É claro que o início foi cheio de expectativas, mas as falas provocadoras e experiências apresentadas ao longo do projeto contribuíram muito com o nosso trabalho, mais por estimular a colaboração e a ludicidade. Desenvolvemos a atividade ‘Água e Saúde Pública’, que é voltada aos agentes comunitários de saúde, pessoas tão importantes para as escolas e seu entorno, por isso acredito que nossa proposta vai de encontro com os objetivos do projeto”, destacou a bióloga Elizabeth Silveira Nunes Salles.

Diferentemente dos outros três participantes, Bárbara Maria de Albuquerque Pessoa pretendia acompanhar somente a primeira edição do CriAtividade e EA, mas se encantou com o projeto e ajudou a criar uma importante atividade. “Só iria vir no primeiro, por curiosidade mesmo. Queria saber o que era esse tal ‘cardápio de aprendizagem’ e entender mais sobre a ‘utopia de criação de escolas sustentáveis’. Foi então que a proposta me tocou, a partir das palestras inspiradoras, e resolvi participar dos outros três encontros”, recordou a administradora.

“Meu grupo criou um ‘Metacardápio’ para ser usado nos espaços educadores, que possibilitará a construção coletiva de outras atividades em sala de aula, condizentes com a realidade da comunidade escolar. Esperamos que uma unidade de ensino se interesse pelo nosso projeto, para fazermos dela uma escola sustentável, de fato”, reforçou Bárbara.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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