Por Jalila Arabi
Rui Lombardi Neto, de 21 anos, é um jovem cheio de sonhos. Nascido em Araraquara, no interior de São Paulo, Rui viu na profissão escolhida pelo avô a chance de também se realizar. Foi por meio da marcenaria que o jovem participou da maior olimpíada de educação profissional do mundo, a WorldSkills, que levou competidores de todo o planeta para Abu Dhabi, em outubro deste ano.
Rui lembra que não foi fácil. Ele conseguiu a vaga para a olimpíada por meio de desempate com outro jovem na etapa nacional, mas no final deu tudo certo para ele. A rotina pesada de quase 15 horas de treino por dia trouxe, enfim, a recompensa esperada, o reconhecimento e uma medalha de bronze pelo desempenho em marcenaria de estruturas. “É uma profissão que eu me apaixonei e eu queria mostrar para a minha família minha capacidade, deixá-los felizes, minha família, meus amigos, mostrar do que eu era capaz.”
O Brasil cravou o segundo lugar geral no ranking da competição, ficando atrás só dos russos. O diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, elogia a participação dos jovens brasileiros e afirma que a educação profissional é importante inclusive na geração de empregos. “A educação profissional técnica é algo importante na realização dos projetos de vida dos jovens brasileiros, bem como algo importante para aumentar a nossa produtividade do trabalho e aumentar a competitividade das empresas.”
Segundo dados do Censo Escolar mais recente, a região Sudeste tem mais de 800 mil pessoas matriculadas em cursos profissionais, sendo mais da metade só no estado de São Paulo. Mais de 70 mil jovens entre 20 e 24 anos estavam matriculados em cursos técnicos no ano passado. No estado, a participação de mulheres em cursos técnicos é maior do que a dos homens. A professora e escritora Pollyana Gama, agora ocupante de uma cadeira na Câmara dos Deputados (PPS-SP), comenta que essa inserção da mulher no mercado e em cursos técnicos é só o começo. “Eu acredito que o conhecimento é o que nos transforma e o que nos dá condições de, de fato, ter acesso à profissão que nós determinarmos.”
Segundo dados do Ministério do Trabalho, as mulheres já ganham mais que os homens em algumas profissões, como no curso técnico em construção de edifícios. O salário delas chega a ser 41% mais alto do que o deles.
Agência do Rádio Mais