29 de março de 2024

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Voluntário planta 3,5 mil árvores em mata ciliar de Americana

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Entidade leva mais mudas para o aposentando continuar seu reflorestamento no Salto Grande

 

“Temos que plantar árvores para colher água”, afirmou o aposentado Etore Delaneza, de 64 anos, após mais um plantio em seu Jardim do Éden. “Não tenho nem vontade de voltar para casa, queria poder ficar aqui plantando, colhendo, capinando. Este é o meu paraíso”. A área que ele cita pertence ao Pós-Represa, em Americana (SP), onde já plantou mais de 3.500 espécies, com o objetivo de reflorestar a região, contribuindo com a proteção do Reservatório Salto Grande.

O Instituto de Educação e Meio Ambiente (IEMA) foi até a casa do amigo da natureza, no bairro americanense Bela Vista, levar 20 mudas nativas para ele. “13 de outubro é o Dia Regional de Proteção aos Mananciais. O trabalho voluntário que o seo Etore desenvolve em prol da conservação da represa e sua mata ciliar tem celebrado diariamente essa importante data do calendário ambiental. Para nós foi uma honra plantamos em conjunto mais algumas árvores nesta ‘unidade de conservação’ que ele está formando”, disse a presidente da organização ambientalista novaodessense, Ana Lúcia Maestrello, que levou para o aposentado cinco aroeiras salsa, cinco canafístulas, cinco ingás, três joãos bolão e dois jequitibás. “Conseguimos estas árvores junto ao Jardim Botânico de Americana, que indicou espécies ideais para beira de rio”, ressaltou ela.

Esconderijo

De acordo com Delaneza, a princípio, seu intuito era proteger de desconhecidos o estaleiro onde pesca. “Comecei a plantar em 2010, no ponto que fisgava meus peixinhos, com a intenção de me esconder mesmo, para que os outros não atrapalhassem minha pescaria. Com o crescimento das árvores, acabei me apaixonando – elas são minha alegria”, lembrou o voluntário ambiental, que ganhou da Associação Barco Escola da Natureza a maioria das mudas.

Além de reflorestar, ele ainda faz a manutenção da área semanalmente: regando as árvores, adubando, fazendo o coroamento, roçando o capim, eliminando pragas. “De casa até aqui dão 11 quilômetros. Às vezes, venho de bicicleta, pelo meio do canavial, outras de bote, que pego emprestado no Barco Escola. Eles me deixam usar para o plantio, mas também pedi para minhas pescarias, que não passam de 10% do empréstimo”, comentou o pescador, enquanto enchia com água da represa um balde para regar as árvores plantadas na tarde de ontem (13).

“A gente só fica preocupada porque ele vem de bicicleta, mas é motivo de muito orgulho vê-lo envolvido com estas plantas. Também é uma forma de o termos por perto mais tempo, já que faz bem para ele este trabalho em prol do meio ambiente”, ressaltou a montadora Gislaine Aparecida Delaneza da Silva, 38, que acompanhou a ação de seu pai e do IEMA em homenagem ao Dia Regional de Proteção aos Mananciais.

Segundo o aposentando, uma área de três alqueires ainda está tomada por capim, que necessita dar lugar a mais árvores. “Preciso de muitas mudas para ‘fechar’ esta mata. Se alguém puder fazer o que vocês fizeram – trazer elas aqui para mim -, seria uma bela ajuda. Pode ser doação de qualquer espécie, que eu planto e cuido com o maior prazer”, concluiu seo Etore, pontuando que o agradecimento pela colaboração não virá só dele, mas da represa, das nascentes, dos peixes, das aves, dos bichos da terra, da esposa e de todas as suas filhas.

 

Mais informações: Etore – (19) 3604-5223 ou 99369-3279.

Ana – (19) 98376-8000 ou 7819-0584.

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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