28 de março de 2024

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Vereadores criam “Caravana da Cidadania: juntos contra a dengue”

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Além disso, no encontro ficou criada uma comissão entre vereadores e população para estudar, propor e realizar medidas efetivas contra a dengue

A Câmara Municipal de Sumaré recebeu a presença de vereadores, entidades, associações e sociedade civil organizada em um encontro realizado na manhã de hoje (04) com o intuito de discutir medidas e propor ações de combate a dengue. Para isso, foi criada uma comissão entre vereadores e população que deverá ter sua primeira reunião ainda essa semana e realizar sua primeira ação que pode ser uma caminhada na quinta-feira (04).

Durante o encontro, os presentes fizeram uso da palavra para apresentar suas reclamações e sugestões para que o município consiga evitar o aumento continuado de números de casos da dengue que vive hoje um surto epidêmico.

O morador do Assentamento, Luis Sinesio, relatou que em sua família dois já foram atingidos e sua esposa está com suspeita. “Daqui a pouco vou levar minha esposa para descobrir se o que ela tem é dengue. Como já tive dois casos em casa e conheço os sintomas, acredito que terei um terceiro. E fico triste porque precisamos de informação e está em falta. Procurei várias unidades de saúde e departamentos da prefeitura atrás de panfletos informativos e tive muita dificuldade”, revelou.

O Pastor Cristiano Domingues, presidente do Conselho de Pastores de Sumaré, também fez uso da palavra e reclamou da falta de ações do Poder Executivo. “A população precisa ser sempre convidada para decisões como esta e eu parabenizo essa atitude do presidente da Câmara (Dirceu Dalben). Sumaré tem recebido medidas paliativas e, na verdade, a ação que vai trazer uma solução concreta infelizmente não acontece. Não temos funcionários preparados para informar a população, onde podemos chegar se não tomarmos uma decisão imediata”, indagou. O pastor colocou sua igreja e outras à disposição para receber palestrantes ou funcionários da saúde para falar sobre a dengue à população.

A representante do deputado estadual “Tito”, a ex-vereadora Rosa Rodrigues (PT), informou que o deputado também solicitou ajuda emergencial do exército, assim como o presidente da Câmara e vereadores fizeram na quinta-feira dessa semana. “Dos 19 municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas), Sumaré é o primeiro a confirmar morte por dengue. Essa confirmação e os altos números de casos de dengue são motivos suficientes para que o exército brasileiro possa auxiliar esse município que já contou com sua ajuda”, declarou.

A representante do Consabs (Conselho de Associações de Bairros de Sumaré) Sueli Silva, também fez uso da palavra. “A questão da dengue não espera. E quem sofre é o povo. É uma questão que não dá pra resolver sozinho, precisamos deixar algumas questões de lado e nos unir. Nem o governo, nem o povo podem fazer esse combate sozinhos. Não podemos estar dentro dos postos de saúde e tomando medidas e ações que não são nossas. Não podemos pegar carriolas e retirar os entulhos que estão na cidade. Nós estamos prontos para contribuir com essa questão do enfrentamento”, comentou.

O vice-prefeito Luiz Alfredo Dalben (MD) propôs a criação do Conselho Municipal de Combate à Dengue. “Temos 346 casos e para que seja caracterizada situação de epidemia o número é 360. Pode ter certeza que vamos enfrentar uma epidemia de dengue. Fomos eleitos para fazer políticas públicas que é cuidar do povo, pensar no povo e fazer para o povo. O mosquito não tem partido, não tem cor e pega qualquer um. Sobre o encontro de hoje, acredito que essa iniciativa foi muito boa para a cidade, de trazer a participação do povo para ajudar. Isso se chama governo participativo. Quero deixar uma proposta que vou encaminhar ao Poder Executivo para criar um Conselho de Combate à Dengue para que juntos possam fazer uma reunião pensando num só motivo que é o bem melhor para nossa cidade, é só isso que devemos pensar neste momento”, declarou.

O técnico Sérgio Rumin trabalhou 11 anos à frente do combate à dengue. “Moro em Sumaré há 23 anos e comecei em 2002 a trabalhar com o combate a dengue. A situação hoje está muito ruim na cidade. A dengue é muito difícil de combater, mas se forem realizadas as ações que precisam ser feitas, o que não está sendo feito, é possível evitar o alto número de casos que está sendo registrado este ano em Sumaré”, declarou. “Naquele ano de 2002 quando fui convidado para fazer parte do combate a dengue, teve 239 casos de dengue. A convite do então prefeito Dirceu Dalben, eu e a equipe montamos o Programa de Combate a Dengue. Também é preciso a ajuda da população fazendo a sua parte. Mas se a prefeitura não fizer a dela que é a aplicação de inseticidas e a transmissão de informação, além de outras, não será possível combater a dengue. Não é jogar nas costas da população, é por os agentes na rua e fazer o que precisa ser feito”.

O técnico fez uma explanação sobre o mosquito Aedes Aegypt e sobre os sintomas da dengue, além de outras informações.

“No começo do ano a equipe de combate à dengue tinha três veículos, o que já era pouco. No início deste ano foram retirados todos os veículos. Sem falar que o funcionário que está administrando a dengue chega às dez horas da manhã com a chave no bolso. Espero que juntos possamos reverter essa situação”, comentou Rumin.

“Dos 30 funcionários do combate a dengue, 28 são mulhere e apenas 08 estão em condições de colocar o aparelho nas costas para aplicar os inseticidas, porque outros alegam problemas de saúde e outros têm idade avançada”, esclareceu.

O morador Wiliam Souza, representante da população e presidente da associação de moradores do Matão. “Que pena que o senhor líder de governo não está presente, pois na sessão dessa semana ele disse que a culpa do alto índice de casos de dengue é da população. Estamos em um ano que não é considerado um ano para ter epidemia de acordo com o calendário da Sucen e estamos passando”, comentou.

A agente comunitária de saúde Marlucia dos Santos Gonçalves Vieira denunciou a falta de infraestrutura na unidade do Maria Antônia. “Infelizmente não estamos fazendo o serviço nas ruas, pois hoje a unidade que trabalho no Maria Antônia está sem material. Essa semana não temos planilhas suficientes e estamos com outro tipo de planilha que não serve. Estamos sem material, sem protetor solar e não chegou nenhum panfleto informativo. Fomos procuradas por escolas e ficamos com vergonha porque não tínhamos material para fazer a conscientização dos alunos”, revelou.

Os vereadores também fizeram uso da palavra e o presidente da Câmara encerrou o encontro.

Mineirinho (PSC) – Nós moradores de Sumaré já estamos pedindo clemência pela atual situação do nosso município que está crescendo a cada dia. Pedimos ao nosso Executivo que aja rápido para não aumentar ainda mais a nossa situação.

Prof Marquinho (PT) – A prefeita tem que agir com rapidez, retirando os entulhos, pneus nas borracharias, e já é a segunda vez que falo sobre isso. É preciso desenvolver um trabalho nas escolas. Investir nos agentes e na capacitação.

ENCERRAMENTO COM PRESIDENTE DIRCEU DALBEN (MD)

O presidente falou sobre a semente da Crotolária que foi distribuída a todos os presentes e lembrou que a sociedade pode colaborar para impedir o avanço da dengue no município. “Antes de encerrar queremos sair com algumas situações definidas. O vice-prefeito propôs encaminhar um ofício ao (Poder) Executivo sugerindo a criação do Conselho de Combate à Dengue. Vamos formar uma comissão entre Câmara Municipal e sociedade aqui presente com o objetivo de estudar alguns atos que possamos fazer que vão desde uma caminhada no sentido de orientar aos moradores até realizar eventos e mutirões. Pensei em propor uma Comissão Mista de Avaliação de Ações e conto com o apoio de todos os presentes. Na segunda-feira iremos elaborar um panfleto informativo sobre o que foi dito hoje para divulgação e na quinta-feira deveremos ter a primeira reunião da comissão e podemos ainda realizar uma caminhada no mesmo dia para chamar a atenção da população”.

Foi criada então a comissão “CARAVANA DA CIDADANIA – JUNTOS CONTRA A DENGUE”.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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