28 de março de 2024

SB24HORAS

Notícias na hora certa!

Vendas de smartphones são exceção na crise

Compartilhe essa notícia!

Só os smartphones se salvaram da queda de vendas de produtos de maior valor, como geladeiras, lavadoras, televisores, carros e até imóveis, provocada pela crise.

Entre janeiro e março, a receita do varejo obtida com smartphones cresceu 34% em relação ao 1º trimestre de 2014, enquanto a média do setor de eletroeletrônicos em geral faturou 8% menos, aponta o levantamento da empresa de pesquisa GFK. No período, quase R$ 2 bilhões deixaram de entrar no caixa das lojas de eletroeletrônicos.

“A única coisa que está vendendo hoje é smartphone porque ele é o canivete suíço da era digital”, afirma o diretor da GFK para telecomunicações, Oliver Roemerscheidt.

 

Com o bolso mais apertado, o consumidor está dando prioridade para a compra do produto porque ele agrega várias funções num único aparelho e funciona como um computador de bolso.

Marco Arruda, diretor de vendas da Motorola Mobility, conta que a sua empresa está a todo vapor para atender à demanda por smartphones.

Desde o fim do ano passado, trabalha em três turnos na fábrica de Jaguariúna, no interior do Estado de São Paulo.

Enquanto as fábricas de eletrodomésticos da linha branca demitem, a empresa está contratando 200 engenheiros para expandir a área de pesquisa e desenvolvimento.

Além do smartphone ser “objeto de desejo”, Arruda atribui a alta de vendas a vários fatores. Um deles é que a telefonia no País está migrando para a nova tecnologia 4G e muitas operadoras estão com ofertas atraentes para o produto.

Também a base instalada de celulares no País é de aparelhos tradicionais que gradualmente estão sendo substituídos. De acordo com a GFK, de cada dez celulares vendidos, nove são smartphones.

Um dado que surpreende é que, apesar da crise, o smartphone mais procurado não é o mais barato. Na Motorola, por exemplo, o campeão de vendas é o Moto G, que custa na faixa de R$ 699, e não o Moto E, que sai por R$ 569.

Como quase a metade do custo de produção de um smartphone está atrelada ao dólar por causa dos componentes importados, a alta do câmbio teve impacto nos preços e isso poderia inibir as vendas. Mas não foi o que se viu por enquanto.

Outro resultado surpreendente é que a fatia nas vendas de smartphones das regiões que concentram a população de menor renda do País – Nordeste, Norte e Centro-Oeste- cresceram neste ano em relação a 2014, aponta a GFK.

Desaceleração

Para Ubirajara Pasquotto, diretor da rede varejista Cybelar, com 140 lojas de eletroeletrônicos no interior de São Paulo, o smartphone tem sido a sustentação das vendas. “Mas essa curva hoje é menos acelerada do que já foi.”

Dados preliminares da GFK, que incluem o mês de abril, mostram que a taxa de crescimento de vendas do smartphone perdeu fôlego, apesar de continuar na casa de dois dígitos.

Entre janeiro e abril, o avanço foi de 29,5%, ante 34% no 1º trimestre. O produto ajudou também a melhorar o desempenho da categoria celular no período, que cresceu 22,6% em relação a 2014. É que as vendas de celulares tradicionais caíram 60%.

Diante da desaceleração registrada em abril, Ivair Rodrigues, diretor da empresa de pesquisa IT Data, cortou a projeção de vendas para o 2º trimestre.

Ele calcula que 13,6 milhões de smartphones sejam vendidos no período, o mesmo volume do 1º trimestre. Com isso, o avanço entre abril e junho em relação a 2014 será de 2% a 3%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Fonte: Exame

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
Compartilhe essa notícia!