28 de março de 2024

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Tomate sobe 80% em 2013, mas preço deve cair a partir de maio

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Restaurantes tradicionais chegaram a “banir” o fruto de seus cardápios

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A alta no preço do tomate – ingrediente presente na cesta básica do brasileiro – virou meme (conceito que se espalha rapidamente pela internet) nas redes sociais e fez com que restaurantes tradicionais chegassem a “banir” o produto provisoriamente das cozinhas. Segundo especialistas, o valor alto deve cair a partir de maio.

Na internet, o tomate é comparado a um diamante e aparece como item de “churrasco de rico”, com sugestão de preço de R$ 9 o kg. Outro meme reproduzido na rede fala que “caixa eletrônico já era. O lance agora é caixa de tomate”. As brincadeiras têm um fundo de verdade.

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), de fevereiro de 2012 para fevereiro de 2013 o preço médio do tomate subiu 80,51%, alta maior do que a da batata (79,35%), arroz (32,63%) e óleo de soja (25,45). Só no último mês de fevereiro, o preço médio teve alta de 56% em Recife (PE) e 21% em Belo Horizonte (MG). Em Porto Alegre (RS), o preço médio do produto ficou em R$ 6,19.

A alta decorre das condições climáticas, segundo especialistas. No último ano, as safras enfrentaram problemas com seca durante a plantação, o que fez com que os frutos não tivessem a qualidade esperada. Durante a colheita, foi a vez das chuvas causarem transtornos provocando uma perda maior do produto.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que as o clima fez com que nas principais regiões produtoras a incidência de doenças bacterianas aumentasse e a produtividade fosse reduzida. A área total cultivada na temporada de verão de 2012/13 também foi 17,5% menor em relação à safra de 2011/12, o que impactou o preço do produto, assim como a falta de mão de obra.

Apesar disso, a expectativa do Cepea é de o tomate fique mais barato em 2013 que em 2013 no período de pico de safra, entre maio e junho. Nos supermercados, a queda deve demorar um pouco mais para aparecer, conforme o técnico do Dieese. “A pressão dos preços deve continuar ainda no primeiro semestre deste ano para o consumidor final”, destaca Martins.

Banido do cardápio

A Cantina Nello’s, em funcionamento desde 1974 em São Paulo, decidiu tirar o tomate do cardápio por causa da alta nos preços do produto, de acordo com nota divulgada a clientes na página do Facebook da marca na última terça-feira. A casa afirma que só voltará a utilizar o produto depois que verificar uma queda nos preços.

Conforme o restaurante, a caixa de tomates de 20 kg, cujo preço normal ficava entre R$ 20 e R$ 30, está sendo vendida a R$ 150, o que inviabiliza o uso do tomate. Apenas de 2012 a 2013, o custo da caixa teria passado de R$ 70 a R$ 150, crescimento superior a 100%. A cantina também reclamou das altas nos preços da batata e do pimentão, que chegaram a subir cerca de 80%.

Segundo a nota, a casa conquistou uma “legião de fãs movidos pelo lema: boa comida, preço justo e simpatia”‘ e em respeito à sua história “nos recusamos a coadunar com a alta de preços o tomate”.

A nota diz ainda que o governo insiste que as empresas devem trocar um pouco de inflação para termos crescimento, mas que o restaurante discorda “veementemente desta visão”. “Preferimos ficar sem a mercadoria do que repassar um aumento abusivo aos nossos clientes”, completa. A cantina pede ainda que os seus clientes evitem comprar tomate no varejo a qualquer preço superior a R$ 6 o kg.

 

Fonte: Isto é

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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