28 de março de 2024

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Tecnologia permite barrar crime ambiental em fase inicial

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Novo sistema de monitoramento da SMA identifica degradação em áreas a partir de 20m2; antes cerca de 400m2

A fiscalização ambiental na Secretaria do Meio Ambiente (SMA) ganhou um reforço com a nova plataforma de imagens para o monitoramento. Imagens de altíssima resolução, com informações bastante detalhadas, permitem identificar com precisão e rapidez o tipo de degradação da área, tornando possível barrar um crime ambiental ainda no início.

O Portal Digital Globe, contratado pela SMA, tem imagens captadas por quatro satélites com resoluções espaciais de 30 a 60cm, o que permite ‘enxergar’ por exemplo, um carro. A frequência quase diária com que os satélites fazem a ‘ronda’ é outro destaque, contra o intervalo de dez dias dos satélites de média resolução usados anteriormente. E quando as imagens estão boas, sem nuvens, por exemplo, são carregadas no portal, onde podem ser analisadas e comparadas com anteriores, apontando a existência de qualquer intervenção.

Com essas características, a expectativa com as novas imagens é tornar a fiscalização mais eficiente e ágil, contribuindo para a conservação ambiental. “A frequência, a qualidade e a confiabilidade da imagem são importantes para o monitoramento, pois isso reduz o tempo de resposta e aumenta a possibilidade de barrar a degradação na fase inicial. Também permite direcionarmos melhor nossos esforços e da Polícia Ambiental”, ressalta Roney Perez, diretor do Centro de Monitoramento, da Secretaria do Meio Ambiente (SMA).

Em ação

Em funcionamento desde o último mês de julho, a nova plataforma permitiu, ainda na fase de testes, identificar e barrar a degradação ambiental em quatro áreas somando 2,1 hectares, em Ubatuba, litoral norte do Estado. Durante a rotina do monitoramento, os técnicos da Coordenadoria de Fiscalização Ambiental, da SMA, identificaram as alterações na vegetação e enviaram as informações para a Polícia Militar Ambiental, que seguiu para fiscalização.

No local indicado pelas imagens constatou-se o desmatamento de floresta nativa e duas construções recentes em cinco áreas próximas, além de uma área mais distante de 11200m², esta nos limites do Parque Estadual da Serra do Mar.  A Polícia Militar Ambiental constatou os desmatamentos em campo e iniciou os processos de embargo das atividades e emissão dos Autos de Infração Ambiental.

Evolução

Nos últimos anos, a Secretaria do Meio Ambiente progrediu na questão do monitoramento ambiental remoto. Cobrindo sistematicamente todo o estado de São Paulo, o Monitoramento Ambiental por Imagens de Satélites (MAIS), iniciado em 2013, consiste na comparação de imagens de satélites de diferentes datas. Ao constatar as alterações, a informação segue diretamente para a Polícia Militar Ambiental para a fiscalização em campo. Confirmada a irregularidade, a PMA procede a autuação dos responsáveis.

Com as imagens disponíveis na época era possível enxergar degradações em áreas a partir de 3.600m2, quase meio campo de futebol. A partir de 2016, esse tamanho foi reduzido para 400m2, com a disponibilização das imagens dos satélites Sentinel da Agencia Espacial Europeia. E agora, é possível detectar alterações na vegetação em uma área de 20m2 com as imagens de altíssima resolução disponíveis no portal.

Originalmente contratado pela Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN), com recursos do Banco Mundial, para atender à necessidade do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar-SP), o novo portal de imagens também é utilizado por toda a SMA, como Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA), institutos de pesquisa e CETESB. Tecnologia a serviço da preservação do meio ambiente.

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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