29 de março de 2024

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Saiba mais sobre a Musicoterapia

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Por Edson Fernando Brugnaro

Musicoterapia é a utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e/ou restabelecer funções do indivíduo para que ele/ela possa alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal e, em conseqüência, uma melhor qualidade de vida, pela prevenção, reabilitação ou tratamento. (Federação Mundial de Musicoterapia, 1996).

A musicoterapia busca ajudar o indivíduo a estimular suas capacidades físicas, mentais, cognitivas e sociais a partir de um processo terapêutico baseado no canal sonoro musical e na criatividade.

A música, com sua capacidade de transcender o tempo, ultrapassa não só séculos e décadas como também permanece entre as diferentes culturas e gerações dando sentido a momentos e épocas acompanhando o processo de envelhecimento.

Estudos realizados para comprovar os efeitos da música nos mostram que a música é capaz de provocar no indivíduo reações de vários tipos, onde a resposta a um estímulo musical se dá de forma motora e/ ou emocional. A reação a um estímulo musical se dá nas diversas áreas cognitivas e emocionais, onde o tempo de reação muitas vezes é imediato.

Segundo Souza (2002), o tratamento musicoterapêutico utiliza a ampla capacidade de estimulação que possui o som e a música, atuando em múltiplos circuitos neocorticais. Os estímulos musicais possuem grande poder de penetração em ambos os hemisférios cerebrais, notadamente nas regiões que compõem o sistema límbico. O tratamento musicoterapêutico voltado para o indivíduo, estimula a partir do prazer de cantar, tocar, improvisar, criar e recriar musicalmente o redescobrir das canções que fizeram parte de sua vida, abrindo canais de comunicação e desenvolvendo as potencialidades do indivíduo favorecendo a busca de sua identidade.

“A música é um estímulo potente para a evocação de lembranças e é lembrando que podemos avivar fatos inconscientes que ampliam o significado do ‘ser velho’” (Tourinho, 2004). Acredito que isto também contribui para que o indivíduo perceba que “não é um ser” e não é negativo e sem valor como a sociedade as vezes mostra, e que aceitar sua realidade pode contribuir para que sua vida seja positiva e com virtudes, o que é possível. Infelizmente vivemos em uma sociedade preconceituosa e individualista que dá valor a quem pode ser reprodutor de vida e riqueza e não aquele que não é mais tão belo, forte e cheio de vitalidade como a maioria dos jovens.

Os atendimentos musicoterapêuticos podem ser realizados em grupo ou individualmente dependendo do caso, necessidade do paciente e encaminhamento de outros profissionais da área. O atendimento grupal contribui na integração e sociabilização de pacientes, principalmente em instituições de longa permanência, ajudando também a estimular o grupo em atividades de canto, atividade rítmica com instrumentos musicais e etc…

A musicoterapia procura estimular instâncias psíquicas onde muitas vezes a palavra não pode alcançar, além de valorizar a história de cada indivíduo através de canções de uma vida inteira relembrando momentos que apesar de individuais, não deixam de ser coletivos, que marcaram uma determinada fase importante da vida, geração e época, contribuindo assim no resgate da memória e recuperação de aspectos perdidos.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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