28 de março de 2024

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Saiba como o LIRAa é importante aliado no combate ao Aedes aegypti

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Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti realizado em mais de 2,2 mil municípios do país é fundamental para que gestores planejem ações de controle do vetor

Durante o ano todo é preciso realizar ações de combate ao Aedes aegypti que evitem doenças como dengue, Zika e chikungunya. Pensando em dar munição aos gestores municipais que facilitem as tomadas de decisão e criar estratégias para combater o mosquito, é que surgiu, em 2003, o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti, o LIRAa.

Inicialmente, a ideia era fazer o levantamento apenas no período que antecede o verão, época com maior chance de proliferação do mosquito. Entretanto, ao longo dos anos de trabalho, foi identificada a necessidade de prevenção o ano todo, já que mesmo em épocas em que a proporção do vetor é menor, com a seca e o frio, o mosquito se reproduz.

“O LIRAa é muito importante, porque permite descobrir como está a situação do município em uma semana, e também identificar quais os bairros mais críticos e quais depósitos [de focos] são predominantes na área”, explica o coordenador da Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC), Rodrigo Lins Frutuoso. Com isso, é possível envolver outras áreas que não apenas a saúde e ampliar as ações de prevenção do transmissor. De 2003 para cá, o LIRAa ganhou importância entre os gestores e passou a ser executado em mais de 2 mil cidades em 2016. Em 2003, eram apenas 40.

Quem realiza a visita nas casas são os Agentes de Combate às endemias (ACE). Em Campo Grande (MS), por exemplo, são aproximadamente 350 profissionais capacitadas para trabalhar no período de uma semana realizando o levantamento. O trabalho do agente, além de fazer a vistoria, também é de conscientização da população. “É primordial a orientação e o apoio de toda a população. A agente visita àquela área a cada dois meses, mas as pessoas estão ali todo dia, então esse envolvimento no combate é extremamente importante”, destaca o chefe do Setor de Controle de Vetores da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV) da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, Alcides Ferreira.

No combate ao Aedes aegypti, o trabalho dos ACEs é fundamental. Sem esses profissionais, nem mesmo haveria resultado. “É uma metodologia especial porque se trabalha em uma abordagem do território do município. Sem o trabalho dos agentes nós não conseguiríamos chegar tão longe. São primordiais para que a gente tenha sucesso”, defende o coordenador da Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC), Rodrigo Lins Frutuoso.

Depois que o levantamento está pronto, os dados são divulgados para a população, que pode atuar de maneira integrada com as políticas do município, propondo alternativas para acabar com os focos do mosquito, e cuidando da sua residência. “Se o depósito é lixo, material descartável, nós fazemos o recolhimento destes materiais junto com a comunidade. Outra ação é que se o depósito de armazenamento é de agua, então é visita casa a casa, com lavagem durante a visita ou se for necessário, fazendo tratamento focal com larvicida dentro do depósito, orientando o morador para fazer manutenção”, explica Alcides.

Mas a comunidade não precisa esperar os agentes para começar o trabalho de limpeza e combate ao Aedes, é o que defende o Coordenador da Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC). “Se eu tenho a indicação de quais depósitos se concentram em um bairro, e dou essa ampla divulgação, eu consigo mobilizar a população para o enfrentamento do problema. Então, é uma ferramenta importante, principalmente, quando se dá publicidade dos resultados para a população do município”, enfatiza Frutuoso.

É importante ouvir com atenção as orientações feitas pelos Agentes Comunitários de Endemias (ACE), e fazer a manutenção pelo menos uma vez por semana, principalmente (mas não exclusivamente) nas épocas de chuva, vistoriando os pratinhos de planta, garrafas, e qualquer outro objeto que possa acumular água parada.

Aline Czezacki, para o Blog da Saúde

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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