28 de março de 2024

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Projeto apoiado pela Bosch leva jovens brasileiros à NASA

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  • Estudantes de escolas públicas de Curitiba venceram etapa regional do Hackathon e estão entre os cinco melhores na competição mundial
  • Software desenvolvido poderá enviar dados sobre focos de incêndio para rádios de todo o país
  • Iniciativa do Instituto leva ensino tecnológico às escolas

 

 

 

“Realização de um sonho”. É assim que três jovens paranaenses apoiados pelo Instituto Robert Bosch definem a expectativa de embarcar, dentro dos próximos meses, rumo à NASA. Após vencerem a etapa regional do Space Apps Challenge e se qualificarem no “Top 5” da etapa mundial na categoria Best Mission Concept, os estudantes agora se preparam para vivenciar de perto o dia a dia da agência norte-americana responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas referentes à exploração espacial.

 

Marcos Mateus Garrido de Mello, Raul Guedes Carlesse, ambos de 14, e Jennifer Gabriela da Silva Jetka, 13, participaram do We Are All Smart (#WAAS), projeto que faz parte de uma parceria entre o Instituto Robert Bosch e o Instituto social WAAS, e que tem o objetivo de levar tecnologia para alunos de escolas públicas, ensinando os fundamentos básicos de hardware, software e conhecimentos específicos necessários para a resolução de um problema, além de incentivar o protagonismo dos estudantes na solução de conflitos tanto no colégio quanto na sociedade.

 

Mateus e Raul desenvolveram um dispositivo capaz de receber informações enviadas pelo satélite da NASA sobre possíveis focos de incêndio, transformando os dados digitais em analógicos de forma que possam ser transmitidos para diversas rádios AM espalhadas pelo país. Batizado de #JUNORadio, o software foi analisado por engenheiros da NASA e recebeu o primeiro lugar na classificação dos projetos nacionais do Space Apps Challenge, um evento que reúne programadores, designers e outros profissionais de todo o mundo, ligados ao desenvolvimento de softwares que atendam a um fim específico ou projetos livres que sejam inovadores e utilizáveis.

 

De acordo com a diretora de recursos do Instituto WAAS, Arlete Scheleider, o dispositivo criado pelos estudantes será muito importante na prevenção de grandes incêndios. “Antes que o fogo se alastre, as pessoas que estão nestes postos receberão a informação e poderão tomar medidas para evitar que o incêndio tenha grandes proporções, de forma que parte da floresta ou da reserva ambiental seja perdida”, explica.

 

Já a Jennifer desenvolveu, junto ao grupo StarDust, uma solução que ajuda a reconstruir locais afetados por guerras ou desastres naturais. Com o uso intensivo da realidade virtual, a plataforma VR Tree reúne uma ampla gama de bases de dados, praticamente recriando o local a ser reconstruído. Além disso, o programa também permite a interação de pessoas de diferentes localidades, colaborando com a criação de soluções sustentáveis para o processo de reconstrução. A plataforma recebeu a menção honrosa “Local People’s Choice Winner” e, após a competição, Jennifer se juntou à equipe JUNO para cuidar da documentação e dos materiais de comunicação do grupo.

 

Jovens promessas

Moradores da Vila Barigui, um bairro curitibano de periferia considerado de alto risco social, os estudantes frequentam o nono ano do Colégio Estadual Arlindo Carvalho de Amorim e, junto com os “hackers cívicos” do projeto WAAS, são estimulados a utilizar a tecnologia para alavancarem seus interesses em conteúdos tradicionais da escola de forma muito mais divertida e desafiadora. Para a direção da escola, a iniciativa gerou frutos positivos para o ambiente, além de estimular disciplina nos alunos e desenvolver um potencial que eles mesmos não acreditavam que existia.

 

A ansiedade agora toma conta dos três jovens talentos que aguardam inquietos a viagem dos sonhos. O desejo deles não é de apenas visitar a agência espacial, mas também de absorver conhecimento e ganhar experiências para a vida. Mateus conta que muitas vezes não consegue nem dormir à noite, pensando em como serão as duas semanas imerso em um mundo completamente diferente. Já Raul pensa além: “A melhor parte de você ir para o espaço é ver o quão pequenos somos comparados à imensidão do universo. Esse é o maior sonho da minha vida, não só ir para os Estados Unidos, mas conhecer a NASA e ver o lançamento de um foguete”, conta.

 

O Instituto Robert Bosch, braço social da Bosch, é responsável pela gestão das políticas, diretrizes e recursos de projetos sociais, educativos, de preservação e formação do patrimônio histórico-cultural da empresa. Através do projeto WAAS, o Instituto busca levar o ensino tecnológico às escolas de áreas carentes, de forma que eles saiam empoderados como agentes transformadores de suas comunidades.

 

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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