29 de março de 2024

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Professor cria turma do atletismo e aluna se destaca em corridas de rua

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O professor de Educação Física do Ciep da Praia Azul, João Simões, criou no final do ano passado a “Turma do Atletismo” e um ano depois viu a vida de seus alunos se transformar com a dedicação que eles vêm tendo no treinamento.

 

“Percebi que os alunos gostam muito de corrida. Eles adoram atividades onde posam correr. Tentei canalizar esta energia para uma turma de corrida de rua. Com isso, poderia juntar várias faixas etárias e reunir os meninos e as meninas”, justificou o professor.

 

São 30 alunos de 10 a 15 anos de idade que estudam à tarde e treinam duas vezes por semana das 7h50 às 8h50. “A corrida de rua está em ascensão. O treinamento me possibilita trabalhar a individualidade do aluno e eu consigo atingir um grupo bem diversificado. A atividade física não tem custo, não preciso de equipamentos e utilizo a quadra da escola como espaço”, argumentou João.

 

O objetivo do professor é trabalhar a socialização que a corrida proporciona. “Ele terá a prática da atividade física para toda a vida”. Os treinamentos com o grupo começaram em fevereiro deste ano. O professor, como primeiro passo, levou os alunos para conhecer corrida de rua. “Queria que eles entendessem que, acima de tudo, era divertido, poderiam conhecer novos amigos e não precisavam ter a carga de ser atleta”, explicou.

 

Ao ver a corrida de perto a aluna Jhully Victoria Ferreira, de 14 anos de idade, despertou interesse na modalidade. “Ela já se destacava nas aulas de educação física. Nos treinamentos da turma começou a se dedicar mais ainda”, lembrou João. A primeira corrida de Jhully aconteceu em 18 de fevereiro, “A Corrida da Paz”, em Pirassununga. Em corrida de 6 km, na categoria de 14 a 29 anos de idade, a aluna do Ciep terminou em 4º lugar.

 

E os resultados começaram a aparecer. 3º lugar na Corrida do Trabalhador de Americana. 2º lugar no Desafio Bora Lá, 5 km, em Americana. 3º lugar na Terceira Meia Maratona, Avenida Brasil, Americana. 3º lugar na Terceira Corrida Uaçaí Night Run de Americana. “Em termos coletivos ela é um exemplo para os colegas. Seu desempenho motiva os outros”, disse João. O professor lembrou que o desempenho dos alunos melhorou em sala de aula e no relacionamento com a família. “Uma mãe veio me agradecer porque o filho dela adquiriu confiança em suas atitudes. Ela disse que o menino era muito dependente. Uma outra mãe, vendo o desempenho do filho, resolveu passar a treinar”.

 

“Minha mãe pediu para começar a participar da ginástica. Ela me incentivou muito. No início eu não tinha muita vontade. Com o tempo o exercício foi se tornando apaixonante. Hoje, gosto de participar de corrida. Consigo superar meus limites, tempos, sem pensar apenas em troféu”, disse Jhully.  Ela acredita que a turma a motiva, sabe que estuda mais, tem concentração, a motivação é outra e é mais disciplinada. Pensa no futuro e vê a atividade física fazendo parte de sua vida. “Talvez não seja em competições, mas vou continuar com os exercícios”, afirmou a aluna.

 

Henrique Monte Marin, de 12 anos de idade, começou a treinar porque viu seus amigos correndo. “O treinamento aumentou minha atenção em sala de aula, tenho outro comportamento e até arrumo disposição para ajudar minha mãe nos serviços da casa. Gosto de correr, me sinto livre. ”, disse o aluno. Henrique acorda cedo e toda manhã corre em volta de sua casa. Sua aula começa às 12h30. “Pretendo, um dia, correr meia maratona”. Ele lembrou que, recentemente, ganhou o 1º lugar na corrida Bike Hotel, mas, reclamou. “Não ganhei troféu. Um dia vou ganhar”. João explicou que a categoria Kids incentiva a competição, mas, que não há troféu.

 

Felipe Teles, de 10 anos de idade, disse que gostava de corrida e viu na turma uma possibilidade de começar a participar. “Eu não tinha muito fôlego, mas o professor João me incentivou a entrar para o grupo. Hoje me sinto mais leve, solto, animado e não sinto falta de ar”, além disso o aluno apontou que está mais concentrado na escola.

 

“Fico feliz quando meu trabalho toma uma dimensão que acaba incentivando a própria família do aluno. Melhora a qualidade de vida e a saúde da comunidade. Nosso papel é incentivar e valorizar a atividade física e mental”, concluiu o professor João.

Fotos: Susy Coutinho

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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